Bancos

Para onde vai o Banrisul (e sua ação)?

23 out 2017, 23:28 - atualizado em 05 nov 2017, 13:53

Banrisul

Ser uma empresa estatal neste ano de 2017 é um convite à privatização. O Banrisul (BRSR6), claro, não foi exceção para esta regra. A ideia, contudo, não deve superar às pressões políticas no estado, que vê a empresa como um valor do povo gaúcho que não pode ser retirada de suas mãos neste momento. O rumo, conforme notou o BTG Pactual em um encontro com a administração da instituição financeira, é mesmo o de vender as ações em excesso ao mínimo para que o governo estadual continue com o controle.

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O banco anunciou recentemente, por meio de um fato relevante, uma oferta que pode chegar a aproximadamente R$ 2 bilhões considerando o valor atual dos papéis na B3, que é de R$ 15,16. “Dada a sensibilidade do tema, a gerência não falou muito sobre a oferta, mas fez alguns comentários relevantes”, apontam os analistas Eduardo Rosman e Thiago Kapulskis. Eles mantêm a recomendação neutra para a empresa, com um preço-alvo de R$ 17 (elevado de R$ 13).

Segundo o relatório, a ideia do Banrisul não é a de construir uma estrutura de “units”, ou seja, que unam papéis com direito a voto e sem. Desta forma, o modelo atual deve continuar. “Legalmente falando, eles não veem restrições para que a oferta seja realizada com o preço abaixo do valor contábil”, pontuam os analistas. Atualmente, as ações negociam a 0,9 vez o valor contábil. Por fim, a diretoria disse acreditar “fortemente” que o Banrisul não será privatizado.

Direções

O BTG avalia que, após muitos anos complicados e que computaram um declínio do lucro por cinco anos até 2016, a empresa parece muito confortável em entregar um crescimento de 9 a 12% na rentabilidade sobre o capital em 2017. A estimativa é de que o segundo semestre supere o primeiro, mas que as provisões para perdas com devedores duvidosos só passem a cair mais substancialmente em 2018.

“O Banrisul quer se afastar dos empréstimos corporativos e se concentrar ainda mais no varejo (empréstimos individuais e de PME). O banco possui uma franquia muito forte no estado do Rio Grande do Sul, com aproximadamente 50% de participação no mercado em depósitos a prazo, mas tem apenas 20% dos empréstimos. A gestão também vê muito espaço para melhorar a rentabilidade e o número de transações com clientes existentes”, ressaltam Rosman e Kapulskis.

Eles citam um projeto piloto com 150 mil clientes, onde conseguiram aumentar o limite em seus cartões de crédito e elevar a rentabilidade em duas vezes. “Dito isso, foi uma boa reunião. É claro que 2017 irá reverter a tendência e mostrar o crescimento do lucro por ação, um novo padrão que esperamos ser mantido nos próximos anos também”, pontuam. O Banrisul conta com a assessoria da consultoria McKinsey desde janeiro.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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