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Para retomada, Lojas Americanas é melhor que Magazine Luiza e Via

01 jun 2021, 20:41 - atualizado em 01 jun 2021, 20:41
Lojas Americanas
O varejo físico da Lojas Americanas aproveitará o aumento do tráfego de pessoas nas ruas no cenário de reabertura (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

A Lojas Americanas (LAME3;LAME4) tem o melhor modelo de reabertura entre as empresas do setor de varejo. Segundo a XP Investimentos, as lojas físicas da companhia podem ser beneficiadas pela retomada da economia.

Diferentemente do Magazine Luiza (MGLU3) e da Via (VVAR3), a Lojas Americanas aproveitará o aumento do tráfego de pessoas nas ruas no cenário de reabertura, uma vez que seu varejo físico é focado em compras feitas por impulso e com menor ticket médio.

“Além disso, enxergamos uma menor probabilidade de canibalização entre os canais, dado que o mix de produtos e ocasiões de compra diferem entre as lojas físicas (mais concentradas em itens de conveniência como alimentos, bebidas e higiene) e o canal digital (eletrônicos, pets e games)”, acrescentaram Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, analistas de Varejo da corretora.

Fusão com B2W

No fim de abril, os conselhos de administração da Lojas Americanas e da sua controlada B2W (BTOW3) aprovaram a proposta de união entre as duas empresas, o que pode levar a uma listagem do grupo nos Estados Unidos no curto prazo.

Segundo a XP, a fusão pode eliminar as burocracias desnecessárias e aumentar a agilidade da Americanas (AMER3), nova companhia que surgirá após a combinação de negócios, em termos de ajuste de modelo e condução de fusões e aquisições.

“A nova estrutura corporativa também deve ajudar a maximizar os ativos atuais, principalmente a Ame e LET’s, reduzindo preocupações com possíveis conflitos de interesses futuros entre Lojas Americanas e B2W”, comentaram os analistas. “Por fim, enxergamos sinergias fiscais através da utilização dos prejuízos acumulados da B2W (R$ 3 bilhões ao fim do primeiro trimestre de 2021) para a redução do pagamento de impostos da nova companhia – estimamos que os créditos fiscais possam gerar um Valor Presente Líquido (VPL) de R$ 2,3 bilhões, ou R$ 2,5/ação de Americanas”.

Ainda de acordo com a XP, a fusão cria a possibilidade de uma reavaliação da Americanas, que passará a ser analisada como uma competidora direta de outros players de e-commerce, negociando com base no múltiplo EV/GMV (valor da empresa sobre volume bruto de mercadorias).

Considerando que a empresa negocia atualmente em 0,8 vez EV/GMV – enquanto Magazine Luiza é negociado em 2,3 vezes – e assumindo uma reavaliação para 1-1,2 vez EV/GMV em 2021, os acionistas de B2W e Lojas Americanas teriam um potencial de valorização entre 11% e 34%, mantendo-se o atual desconto de holding de 20% e o desconto entre LAME3 e LAME4 de 6%.

Os preços das ações da Lojas Americanas – tanto ordinárias quanto preferenciais – poderão cair após a fusão (Imagem: Renan Dantas/Equipe Money Times)

Como ficam as ações?

A XP destacou que os preços das ações da Lojas Americanas poderão cair após a fusão, visto que eles não representarão mais os ativos operacionais da empresa, mas uma parcela de 38,9% da Americanas.

No entanto, isso não significa que os investidores vão ter retorno negativo com a transação, pois eles também vão ganhar novas ações da Americanas.

A corretora atualizou os preços-alvo dos papéis da B2W e das ações preferencias da Lojas Americanas para R$ 94 e R$ 30, respectivamente (ante R$ 121 e R$ 36 anteriormente). A XP também apresentou um preço-alvo para a ação ordinária da Lojas Americanas, de R$ 28.

Após a fusão, com o risco das ações da Lojas Americanas caírem, o preço-alvo indicado tanto para as ações ordinárias quanto preferenciais da companhia é de R$ 12.

A XP também apresentou um preço-alvo para a Americanas, de R$ 82. A estimativa de início da negociação dos papéis é em meados de julho.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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