Para XP, bolsa ainda está ‘barata’ e pode saltar quase 10% até o final do ano com fim do ciclo de altas na Selic e eleições de 2026

O Ibovespa (IBOV) subiu 1,33% em junho e continuou o ritmo de ganhos sequenciais iniciado em março. Em dólares, a bolsa brasileira valorizou 6,5% no mês, impulsionado pela forte valorização do real ante a divisa norte-americana — que encerrou abaixo de R$ 5,50 e no menor nível em nove meses.
Para a XP, o Brasil continua nos holofotes dos investidores entre as bolsas emergentes. “A América Latina está voltando ao radar dos investidores globais, acreditamos que o Brasil continuará em destaque, sustentado por fundamentos sólidos, valuation atrativo e tamanho e liquidez de mercado”, escreveu a equipe de estrategistas em relatório.
A corretora manteve a projeção do Ibovespa aos 150 mil pontos no final de 2025 — o que representa uma valorização de quase 10% sobre os níveis atuais.
Ibovespa: espaço para novas altas
A XP vê pelo menos três motivos para mais valorização do Ibovespa: a bolsa ainda está “barata”, sinalização do Banco Central de que a Selic está no “topo” e aproximação das eleições de 2026.
“Nosso modelo aponta que um novo regime de mercado se iniciou à medida que o ciclo de contração monetária chega ao fim e a inflação permanece elevada. Esse regime favorece o posicionamento em setores sensíveis a juros”, disse a equipe da XP.
Segundo a corretora, o mercado precifica um corte acumulado aproximado de 200 pontos-base até o final de 2026. Hoje, a Selic está em 15% ao ano — ou seja, a expectativa é que a taxa de juros encerre o próximo ano no nível de 13%.
“Essa dinâmica tem contribuído para uma mudança no regime macro para um cenário de ‘inflação em alta, juros em queda’, que historicamente tende a favorecer os ativos de risco”, diz o relatório.
Os estrategistas, porém, destacam que as preocupações fiscais continuam sendo o principal peso estrutural para a América Latina, inclusive no Brasil, e que as eleições podem “funcionar” como catalisadores importantes para a bolsa.
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Onde investir agora?
A equipe da XP afirma que o cenário de “inflação em alta e juros em queda” é um ponto de inflexão relevante, “já que o regime de juros vigente segue sendo um dos principais vetores de retorno dos ativos”.
Durante períodos como esse, o Ibovespa tende a melhorar, na visão dos estrategistas. “Os mercados tendem a apresentar retornos positivos durante ciclos de corte de juros, devido a taxas de desconto menores e melhora no apetite por risco.”
Setorialmente, as instituições financeiras e o varejo tendem a ser os principais beneficiários.
Na carteira de ações, a XP reduziu o peso de Itaú Unibanco (ITUB4), Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). No rebalanceamento, a corretora incluiu Santander (SANB11)e Smart Fit (SMFT3) e aumentou a posição em Lojas Renner (LREN3) e Grupo Mateus (GMAT3).
Confira a composição da carteira da XP atualizada:
Companhia | Peso | Preço-alvo |
Copel (CPLE6) | 12,5% | R$ 13,80 |
Caixa Seguridade (CXSE3) | 5,0% | R$ 18,00 |
Eletrobras (ELET3) | 10,0% | R$ 50,00 |
Grupo Mateus (GMAT3) | 5,0% | R$ 9,00 |
Iguatemi (IGTI11) | 5,0% | R$ 32,50 |
Itaú Unibanco (ITUB4) | 10,0% | R$ 43,00 |
Lojas Renner (LREN3) | 10,0% | R$ 20,00 |
Motiva (MOTV3) | 7,5% | R$ 15,30 |
Petrobras (PETR4) | 5,0% | R$ 46,00 |
Prio (PRIO3) | 5,0% | R$ 66,00 |
Santander (SANB11) | 5,0% | R$ 35,00 |
SmartFit (SMFT3) | 5,0% | R$ 32,00 |
Stone (STCO34) | 5,0% | R$ 80,00 |
Suzano (SUZB3) | 5,0% | R$ 92,00 |
Vale (VALE3) | 5,0% | R$ 66,00 |
Todas as ações têm recomendação de compra, com exceção de Vale (VALE3) — a mineradora tem recomendação neutra pela XP.