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Parente: cessão onerosa será discutida em fevereiro

31 jan 2018, 15:44 - atualizado em 31 jan 2018, 15:44

Por Arena do Pavini

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A reunião sobre a cessão onerosa, que vai definir se a Petrobras tem de receber ou pagar para a União a diferença entre o que foi cobrado pela concessão da exploração do pre-sal, deve ocorrer na primeira semana de fevereiro, afirmou hoje Pedro Parente, presidente da empresa. “Creio que será na primeira semana de fevereiro, não tenho a data certa~, disse, após participar do seminário 2018 Latin América Investment Conference, do banco Credit Suisse.

A portaria do governo que criou a comissão prevê 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias, explicou Parente. “Mas quanto mais cedo se concluir essa discussão, melhor para as partes”, disse. Parente disse que a discussão terá de incluir o petróleo excedente descoberto pela empresa depois da primeira cessão onerosa.

Mais 5 bilhões de barris

A ANP divulgou números sobre esse petróleo, números que não são únicos, mas tem uma faixa de acordo com probabilidades. “O fato é que tem bastante óleo excedente, existe no mínimo a mesma quantidade de óleo que a Petrobras comprou, ou seja, 5 bilhões de barris.”

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Mostrando as garras

Parente justificou as discussões com o governo, que alega que tem dinheiro a receber da Petrobras. “Estamos iniciando um processo de negociação e essa é a fase de as partes mostrarem as garras”, disse. Ele lembrou que “temos um excedente muito bom que vai entrar na negociação e tenho certeza que vamos chegar a um acordo bom para ambas as partes”, acrescentou.

Preço alto

“Compramos  por um preço que achamos caro 5 bilhões de barris, temos direito de explorar e devolver ao governo só depois da exploração”, disse. Ele acha possível fazer leilões de Campos excedentes ainda este ano, o que exigiria o fechamento do acordo antes de julho, por conta das eleições. “Já houve a primeira reunião entre Petrobras egoverno e vejo coisas caminhando”, afirmou.

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Descobertas interessantes

Parente afirmou que houve descobertas importantes de óleo na Bacia de Campos, na mesma região onde já tem exploração. “A gente continuou a perfurar e se encontrou óleo também no pre-sal, o que é extremamente interessante, em campos com boas características geológicas”, disse. Segundo o executivo, os novos campos estão sendo avaliados ainda, pois depois de fazer a perfuração é preciso fazer estudos geofísicos para ter uma avaliação final.

Parente afirmou também que espera um desfecho na discussão com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aprovação da venda da Liquigas para o Grupo Ultra. A expectativa é de que o julgamento ocorra em 8 de fevereiro. “Só depois vamos analisar o caso”.

Petrobras não define preço da gasolina

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Sobre a política de preços da empresa, que segue mais de perto dos preços internacionais, e que tem recebido críticas pelos aumentos recentes, Parente afirmou que a Petrobras não forma preço. “Não temos capacidade de definir preço de gasolina e diesel porque ele é definido no mercado internacional”, explicou. “A Petrobras simplesmente reflete esse preço internacional.”

Carga tributária 

Parente criticou indiretamente a carga tributária e a rede de distribuição pelo custo dos combustíveis, afirmou que “gostaria de frisar que o preço do diesel e da gasolina na refinaria é apenas, em média, apenas um terço do valor final cobrado do consumidor”. “Então existem outros factores pelos quais o preço é definido para o consumidor”

Sobre a saída da Petrobras da Braskem, Parente afirmou que a empresa quer sair do negócio de petroquímica, não da inteligência do setor, que é estratégica. “Anunciamos que estamos avançando nas discussões com sócios, mas em fase preliminar, de transformar a Braskem em corporação e permitindo fazer uma venda parcial ou total”, disse.

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Saida da Braskem

Parente diz que não há uma decisão se haverá uma venda total ou parcial da Braskem ou se a operação será feita por uma oferta em bolsa. “Esperamos fazer essa venda  este ano”, disse. Parente disse que é preciso acertar o acordo de acionistas. No texto atual, a venda das ações não transfere ao comprador os poderes pelo menos em sua plenitude os poderes do acordo. “E isso reduz seu valor e nós não concordamos com isso.”

Parcerias em refino

Sobre refino, anunciaram no plano de 2017 que a bem sucedida experiência de exploração e produção querem transferir a outras áreas da empresa, incluindo refino. “A possibilidade de ter parceiros no refino está colocada em nosso plano estratégico e estamos trabalhando, é um tema bastante complexo”, afirmou. “Mas esperamos concluir um modelo que queremos perseguir para implementar dentro da sistemática de desinvestimento e parcerias que foi acordado com o Tribunal de Contas da União.

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Blindagem da Petrobras

Sobre a  blindagem da empresa contra futuras interferências políticas, o presidente da Petrobras afirmou que tem a esperança de demonstrar que essa é melhor forma de administrar a Petrobras e que isso leve a população a fiscalizar mais a atuação da empresa. “As medidas de compliance estão todas no estatuto, se houver tentativa do controlador de mudar isso pode haver reação da população”, explicou. Ele lembrou que  hoje a forma de definição dos executivos agora está na lei.”Estamos também com um pedido de entrar no nível 2 de governanca da B3, ganhamos prémios recentes de governanca, e esse conjunto de ações dão base para ter esperança de que esse trabalho  continue no futuro.”

Segundo ele, a Petrobras perdeu mercado no ano passado para concorrentes, mas pretende recuperar essa fatia de mercado este ano. “Não gostamos de perder mercado e vamos buscar recuperar, preservando nossa margem, com estratégias que incluem não só preço, mas com fidelizacao do cliente”, disse.

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pavini@moneytimes.com.br