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Passagens aéreas sobem 174% com ‘fuga’ de chineses da Europa

16 mar 2020, 15:39 - atualizado em 16 mar 2020, 15:39
E uma passagem só de ida com a China Eastern Airlines nesse dia está disponível por 26,9 mil yuans na Skyscanner (Imagem: Unspash/@pixtolero2)

O estudante da Universidade de Cambridge James Shen não hesitou em pagar o dobro do preço por uma passagem na classe executiva para a China na sexta-feira passada. Em sua opinião, agora a China é mais segura do que o Reino Unido, já que o coronavírus se espalha pela Europa.

“Eu me sinto muito mais protegido aqui”, disse Shen depois de voltar para casa em Suzhou, a cerca de 95 quilômetros a oeste de Xangai.

“No Reino Unido, quando digo às pessoas sobre a gravidade do surto, as pessoas riem de mim e dizem que estou exagerando sobre uma gripe. Mas os chineses têm lembranças vívidas da SARS e do que aconteceu em Wuhan.”

Shen, estudante de mestrado de 23 anos, disse que pagou cerca de 40 mil yuans (US$ 5,7 mil) pelo bilhete de volta. Os preços subiram ainda mais nos últimos dias ou a disponibilidade desapareceu completamente.

A agência de viagens Trip.com não tem nenhum assento disponível em voos diretos de Londres a Xangai até 13 de abril.

E uma passagem só de ida com a China Eastern Airlines nesse dia está disponível por 26,9 mil yuans na Skyscanner.

Dados da Qunar.com mostram que o preço médio de uma passagem na classe econômica de ida da Europa para a China disparou 174% na semana até domingo, de 5,49 mil yuans para 15,02 mil yuans. Os preços das passagens entre EUA e China subiram 137%.

O aumento dos preços das passagens marca uma reversão em relação a algumas semanas atrás, quando voos de longo curso de ida e volta para a China valiam uma fração do preço normal, o que destaca a mudança do epicentro da pandemia.

O vírus infectou mais de 80 mil pessoas na China e matou 3.213, mas o número de casos relatados tem diminuído e a Europa assume a linha de frente na batalha contra a doença.

Shen não estava disposto a esperar e reservou um voo em 7 de março.

“Agora sinto como se tivesse feito uma aposta vencedora”, disse. “Meus pais realmente queriam que eu voltasse para casa, onde parece mais ser seguro atualmente.”

bloomberg@moneytimes.com.br