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Patria Investimentos vira chave após expansão intensa; ‘2026 será ano de organizar a casa’, diz Rodrigo Abbud

15 dez 2025, 7:00 - atualizado em 12 dez 2025, 16:23
Rodrigo Abbud, head de real estate do Patria
Rodrigo Abbud, head de real estate do Patria (Imagem: divulgação)

O Patria Investimentos protagonizou, nos últimos três anos, um dos maiores movimentos de consolidação já visto no mercado de fundos imobiliários (FIIs), mas agora pretende virar a chave.

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Depois de saltar de R$ 700 milhões para R$ 38 bilhões em ativos sob gestão desde 2021, a gestora entra em 2026 com uma nova prioridade: integrar plataformas, simplificar estruturas e voltar a crescer de forma orgânica.

É o que pontuou Rodrigo Abbud, head de real estate do Patria no Brasil, em entrevista concedida ao Money Times.

“A gente tem que focar em 2026 no nosso crescimento orgânico. Fazer as nossas captações internas e organizar a casa. Olhar setor por setor, ver quantos fundos temos e decidir o que fazer de combinado”, afirmou.

O começo do gigante

Abbud explicou que a expansão da casa nesses últimos anos não foi oportunista, mas planejada desde 2021, logo após o IPO na Nasdaq, uma das bolsas de valores dos Estados Unidos (EUA).

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“O Patria queria voltar ao mercado imobiliário de forma forte e dominante. Queria ser uma gestora de investimentos alternativos regional, na América Latina, com presença sólida, relevante e consistente”, disse.

E, junto com a fome, veio a vontade de comer: a oportunidade perfeita para dar o primeiro passo foi a aquisição da VBI Asset, administradora que já contava com uma plataforma completa, com FIIs de tijolo e papel, e presença em setores como shopping, escritório, logística e varejo. “A combinação fazia sentido.”

Em 2022, as duas casas selaram o acordo, e Abbud, que ainda estava na VBI, onde foi fundador, tornou-se sócio do Patria.

Para se ter uma ideia do tamanho do negócio, antes da incorporação, o Patria tinha R$ 700 milhões em ativos sob gestão. Com a união, o portfólio passou para R$ 6 bilhões.

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A compra do Credit Suisse

Após a VBI, o Patria iniciou uma série de movimentos estratégicos que consolidaram sua posição no mercado de FIIs.

O segundo passo foi a aquisição, no final de 2023, da divisão de real estate do antigo Credit Suisse (CS), pouco antes de sua incorporação pelo UBS, em uma operação considerada por Abbud um “golaço” que trouxe, além de tudo, know-how.

“Terminamos 2024 com R$ 24 bilhões em ativos sob gestão, uma baita evolução. Tudo isso foi fruto de um processo de expansão que passou por VBI, Credit Suisse, aquisições de gestoras menores e captação orgânica. Nesse momento, já estávamos brigando para ser uma das maiores gestoras do país.

Vectis e Genial

O início de 2025, apesar do cenário de juros elevados, com a Selic chegando a 15% ao ano, marcou o começo da fase final do plano da casa.

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No primeiro semestre, o Patria comprou a Vectis Gestão de Recursos, que administrava fundos de papel e multifamily, equilibrando a composição do portfólio, que antes estava concentrado em tijolo.

“Antes, estávamos com 80% do portfólio em tijolo e 20% em crédito. Com a compra da Vectis, a gente começou a consertar essa discrepância”, afirmou Abbud.

Além desse movimento, o Patria adquiriu seis fundos da Genial Investimentos, que adicionaram R$ 2,5 bilhões em ativos sob sua gestão, incluindo o MALL11, um dos maiores de shopping do país.

“O racional de aquisição da Genial foi diferente. Apesar de a gente ter comprado esses FIIs, o mais importante que a gente queria era o de shopping center. A gente não tinha na nossa prateleira um veículo de shopping, e a Genial tinha um significativo, que era o MALL11.”

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O capítulo mais recente: RBR

O capítulo mais recente da história, anunciado na semana passada, foi a aquisição da divisão de fundos listados da RBR Asset, que totaliza R$ 8 bilhões em ativos.

A operação, concluída em apenas dois meses, elevou a carteira do Patria para R$ 38 bilhões, tornando a casa a maior gestora independente de investimentos imobiliários do Brasil.

“Todos os fundos da RBR tinham sinergia com veículos que já administrávamos. Foi música para os ouvidos”, disse Abbud.

Hora de organizar a casa

E por que ser uma das maiores? Para o executivo, o tamanho não é apenas questão de prestígio: é estratégia e sobrevivência em um mercado dominado por gestoras afiliadas a grandes bancos.

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“Não é só por ego. Nós estamos falando de um mercado em que as principais gestoras são afiliadas a bancos. Eles têm um canal de distribuição muito forte, que a gente não tem. Se você for pequeno ou médio, você não tem espaço na esteira de captação”, explicou.

Além disso, de acordo com Abbud, fundos maiores também oferecem mais estabilidade e resiliência. “FIIs grandes sofrem menos na oscilação da cota, oferecem mais liquidez diária e não dependem de um único ativo para manter valor.”

Eu não quero ter vários fundos pequenos, eu quero ter fundos grandes e setoriais. Ter veículos robustos em cada setor garante diversificação geográfica, de crédito e de inquilinos, e proporciona resultados mais consistentes para o investidor”, prosseguiu.

Mudança de chave

Para 2026, a estratégia será diferente: menos aquisições e mais integração. O objetivo é consolidar os fundos adquiridos, reduzir a quantidade de veículos setoriais e fortalecer a estrutura interna.

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“Tínhamos 20 FIIs e agora trouxemos mais 12. Ficamos com 32. O foco será organizar a casa e retomar o crescimento orgânico”, afirmou Abbud.

O executivo também acredita que o movimento de consolidação se espalhará pelo mercado de real estate. “O mercado exige porte, volume e escala. As médias [gestoras] terão que se reorganizar. A indústria caminha para grandes fundos dominantes, e fundos menores atendendo a nichos específicos.”

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Jornalista formado e com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Passou pelas redações da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural, e foi líder de conteúdo no 'Economista Sincero'. Hoje, atua como repórter no Money Times.
Jornalista formado e com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Passou pelas redações da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural, e foi líder de conteúdo no 'Economista Sincero'. Hoje, atua como repórter no Money Times.

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