Economia

PCC na Faria Lima: “Administradoras de fundos contribuíram com esquema”, diz secretária da Receita 

28 ago 2025, 12:31 - atualizado em 28 ago 2025, 12:43
Receita Federal e órgãos deflagram a maior operação contra o crime organizado da história do país em termos de cooperação institucional e amplitude (Imagem: divulgação)
Receita Federal e órgãos deflagram a maior operação contra o crime organizado da história do país em termos de cooperação institucional e amplitude (Imagem: divulgação)

De acordo com a Receita Federal, os 40 fundos de investimentos alvos da megaoperação realizada nesta quinta-feira (28), separados entre multimercados e imobiliários, contribuíram, em algum ponto, com o crime organizado. A movimentação envolveu as polícias Federal, Civil e Militar, além do MP-SP, com foco em ativos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

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“Os fundos eram usados para ocultação. Administradoras estavam cientes e contribuindo para o esquema”, disse Andrea Chaves, subsecretária de fiscalização da Receita Federal

Entre os nomes envolvidos está o da Reag Investimentos, uma empresa listada na Bolsa de Valores e considerada uma das maiores administradoras de recursos do país, com mais de R$  300 bilhões geridos. Na lista consta também o nome do Banco Genial e da Trustee.

A  Receita Federal explicou que várias das gestoras envolvidas têm também negócios legítimos. Os problemas estariam em fundos específicos.  “Houve uma contaminação pontual, específica, em algumas administradoras”, disse Claudio Ferrer de Souza, auditor da Receita.

Os administradores foram objetos de busca e apreensão. Segundo a Receita, vários dos fundos investigados pela relação com o PCC tinham cotistas únicos e visavam dificultar a chegada de autoridades aos seus detentores.

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“E esses investidores de fundos fechados, sem acesso ao público, têm ligação com o esquema de combustíveis”, mencionou Andrei Rodrigues, diretor geral da Policia Federal.

A Receita informou que encontrou um descompasso entre a operação de combustíveis com a parte financeira de negócio, mostrando uma tentativa de ocultação.

PCC e Carbono Oculto

A força-tarefa, batizada de Carbono Oculto, mobilizou mais de 1.400 agentes e reúne três operações distintas. Em comum, todas elas tinhas ligações empresas ligadas ao setor de combustíveis.

As ações aconteceram em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

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A Receita expõe que foram identificadas irregularidades em várias etapas do processo de produção e distribuição de combustíveis no Brasil.

Cerca de 1.000 postos vinculados ao PCC teriam movimentado R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, e os criminosos teriam sonegado mais de R$ 7 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais. 

“A Receita Federal levou à Polícia Federal relatórios para mostrar a lavagem de dinheiro e a gestão fraudulenta”, explicou Andrea. “Ao fiscalizar tributos, a Receita encontrou estruturas complexas. Percebemos a invasão do crime na economia real e no mercado financeiro”.

Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Justiça, Ricardo Lewandowski, também participaram da coletiva.

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“A sofisticação do crime organizado exige que a Receita Federal consiga decifrar o caminho do dinheiro. Vários fundos são separados em camadas e é preciso que os auditores fiscais abram a conta dos fundos”, comentou Haddad. 

Haddad também afirmou que a operação chegou à “cobertura do sistema” e que ela abrirá o caminho para outras da mesma envergadura.

“Escolhemos o setor de combustíveis porque era o que estava mais à vista. Fazia anos que todos sabiam. Estava na cara”, disse o ministro. 

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