Perspectivas 2019: como o mercado deve se posicionar agora?
2018 já vem se encerrando e, após forte turbulência política em um ano eleitoral repleto de volatilidades, o Ibovespa caminha para terminar o ano com umas das melhores performances frente aos mercados globais, enquanto o dólar também vem em um ritmo de fechamento em leve alta e acurva futura de juros aponta que a taxa SELIC deve se manter em patamares baixos. Assim, o que é possível esperar para 2019? Quais são as principais tendências e em que direção o mercado tende a seguir?
Em primeiro lugar, é crucial destacar que é extremamente difícil saber exatamente em que direções o mercado andará no futuro, uma vez que existe uma grande série de fatores domésticos e internacionais que podem influenciar seus rumos. Existe uma série de temas que os investidores devem ficar bastante atentos.
As decisões de Bolsonaro
Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual digital, comenta que há a expectativa de uma volta do fluxo do investidor estrangeiro, mas há o foco doméstico no principal tema atual, a reforma da previdência. O país vive, atualmente, em situação fiscal bastante delicada e que tende a se deteriorar rapidamente caso não aconteça uma reforma no atual sistema.
Caso o novo presidente, Jair Bolsonaro (PSL), se mostre rapidamente alinhado com a pauta da reforma da previdência ou com outras pautas de cortes fiscais e privatizações, a tendência é que o mercado brasileiro continue se valorizando. Por outro lado, se Bolsonaro não se mostrar alinhado com essa temática ou encontrar maior resistência no Congresso Nacional, a tendência é que o mercado sofra mais, com desempenho negativo na bolsa e uma potencial alta de juros.
Juros e inflação
Atualmente, os juros no Brasil se encontram em sua menor taxa histórica, com a taxa Selic em 6,5% ao ano. Porém, para o próximo ano, a expectativa do mercado é de uma alta nesse patamar. O último relatório Focus divulgado antes da publicação desse texto mostra que o mercado espera uma taxa Selic no Brasil em 2019 na casa de 7,75% ao ano. Já o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador que mede a variação de preços do mercado para o consumidor, sendo considerado o indicador oficial da inflação, que neste ano deve fechar em 3,9% ao ano e a expectativa para o próximo ano é de desempenho semelhante, em 4.11%.
Movimentos no mercado financeiro
Outro ponto comentado por Jerson e que deve chamar bastante atenção dos investidores no próximo ano é a expectativa de que o mercado volte a ficar ativo, com IPOs (Initial Public Offerings) e emissões de empresas, tudo isso em um momento que companhias tendem a apresentar melhores balanços, refinanciando suas dívidas e, consequentemente, se mostrando mais atrativas.