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PETR4, PRIO3, RRRP3: Ações despencam com queda do petróleo; vale investir ainda em 2022?

05 jul 2022, 17:47 - atualizado em 05 jul 2022, 17:47
PetroRio PRIO3
Expectativa é de que as empresas do setor de óleo e gás sigam entregando resultados fortes e boa geração de caixa ao longo de 2022 (Imagem: Reprodução/Site da PetroRio)

O petróleo foi um dos destaques do primeiro semestre de 2022. Os preços do Brent chegaram a tocar US$ 130 o barril em março em meio aos desdobramentos da guerra instaurada na Ucrânia que culminou na proibição de importação do combustível russo pelo Ocidente.

Agora, a situação parece virar para a commodity, que inicia o segundo semestre bastante pressionada devido a preocupações quanto a uma recessão global.

Nesta terça-feira (5), o petróleo chegou a cair mais de 10%, no momento em que os mercados começam a analisar possíveis cenários para o combustível caso a recessão se confirme.

As petroleiras negociadas na Bolsa caíram junto, com Petrobras (PETR3;PETR4) recuando 4,27% (ordinários) e 3,81% (preferenciais). PetroRio (PRIO3)3R Petroleum (RRRP3)PetroReconcavo (RECV3) e Enauta (ENAT3) derreteram 7,11%, 7,44%, 5,66% e 4,39%, respectivamente.

Segundo o Citigroup, o petróleo pode cair para US$ 65 o barril até o fim deste ano – e para US$ 45 em 2023 – se houver uma recessão que prejudique a demanda.

Com a forte queda desta terça, o barril do petróleo é atualmente negociado perto de US$ 103.

Apesar do movimento negativo do dia, as perspectivas para as ações do setor ainda são positivas.

O analista Enzo Pacheco, da Empiricus, destaca que as empresas continuarão gerando bastante caixa mesmo se o petróleo bater US$ 60, como projetado pelo Citi.

Mesmo com o forte ajuste na cotação do petróleo internacional hoje, Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, segue recomendando compra no setor, também por boas expectativas de geração de caixa, além de projetos em andamento e exploração da commodity.

Para Henrique Tavares, analista da DV Invest, o cenário mais provável envolve poucas mudanças na dinâmica de mercado atual, com a oferta pressionada e a demanda desacelerando gradativamente, mas com estoques ainda muito baixos.

“Nossa expectativa é de que as empresas do setor sigam entregando resultados fortes e boa geração de caixa ao longo desse ano”, afirma o especialista.

PRIO3 e o gatilho de curto prazo

Apesar da perspectiva geral positiva, a Terra tem uma ação favorita.

“Nossa principal tese de investimentos atualmente é PetroRio, uma das principais empresas do país no setor de petróleo, gás e biocombustível, com destaque para a sua atuação como produtora de petróleo”, revela Chinchila.

Chinchila destaca o forte crescimento da PetroRio nos últimos anos, além do bom histórico de criação de valor, impulsionado pelas últimas aquisições que “lhe deram o controle de vários ativos importantes, maximizando a produção de sua base de ativos e com uma redução acentuada nos custos”.

Chinchila vê como potencial gatilho de curto prazo a produção dos novos poços nas áreas dos campos de Polvo e Frade.

Tavares, da DV Invest, tem PetroRio como preferência, além da Petrobras. Segundo o analista, o destaque da PetroRio é o “forte foco em redução de custos”, além da participação da companhia em atividades de M&A (fusões e aquisições), como mencionado por Chinchila.

“Acreditamos que [a PetroRio] é uma boa oportunidade de se expor aos preços da commodity, mas, mais do que isso, ao potencial de expansão da companhia, que segue adquirindo ativos e expandindo sua atividade e produtividade”, conclui Tavares.

RRRP3 está mal precificada

As ações da 3R Petroleum começaram a chamar a atenção de algumas casas de análise.

Pacheco, da Empiricus, projeta potencial de crescimento para a companhia com o início de operação de novos campos. O nome é um dos favoritos da casa, embora o analista ressalte que o risco operacional da empresa é maior e as ações serão penalizadas com a queda do petróleo.

Vitor Sousa, analista da Genial Investimentos, também tem a 3R como um dos destaques do setor. Sousa afirma que, além de a empresa estar no momento de expandir a produção e consolidar os ativos adquiridos da Petrobras, ela é negociada a múltiplos “muito interessantes”.

“É uma empresa precificada como se fosse pré-operacional”, diz.

Sousa tem perspectivas interessantes para a PetroRio, mas destaca que a ação não está tão barata quanto a 3R.

PETR4 vale o risco?

A Empiricus acha que a Petrobras ainda é uma das melhores opções do setor, apesar dos riscos políticos inerentes a teses de investimento de estatais.

Segundo Pacheco, mesmo com o risco de ingerência política, a ação da Petrobras negocia a múltiplos “bem mais baratos” que a média do mercado.

Outro ponto levantado pelo analista é que, a preços atuais, a Petrobras deve gerar um retorno via dividendos aos acionistas de 20% no ano.

O especialista da DV Invest é da mesma opinião. Para Tavares, a Petrobras tem sido negociada com desconto relevante e, apesar de uma potencial pressão nas margens devido à dificuldade em repassar as altas de preços dos combustíveis no refino, deve continuar entregando “excelentes resultados” em 2022, além de distribuir bons dividendos.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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