Petrobras avança quase 3% após alta do diesel e entrevista de Guedes

As ações da estatal Petrobras (PETR3, PETR4) operam com alta no pregão desta quinta-feira (18), estimuladas pelo anúncio de que a petrolífera elevou em R$ 0,10 o litro de diesel nas refinarias e pela repercussão da entrevista do ministro da Economia, Paulo Guedes, que comentou sobre a possibilidade de privatização da empresa.
Às 12h25, as ações ordinárias (PETR3) operavam com alta de 1,42%, cotadas a R$ 30,61, enquanto os papéis preferenciais (PETR4) subiam 2,84%, negociados a R$ 27,51.
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O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, anunciou ontem um aumento de R$ 0,10 por litro de diesel nas refinarias. Segundo ele, a política de preços da estatal acompanhará a variação do combustível no mercado internacional, mas a periodicidade dos reajustes não será imediata.
O valor do diesel subirá dos atuais R$ 2,14 para R$ 2,24, em média, nos 35 pontos de distribuição no país. “Eu confio muito no presidente Bolsonaro. Não houve interferência, por mínima que seja. Não sofri interferência nenhuma, zero”, garantiu Castello Branco.
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Na última terça-feira (16), Guedes já tinha confirmado que o governo está comprometido em não manipular preços e que planeja aumentar a transparência da Petrobras.
“A decisão agora está com a Petrobras para anunciar novos reajustes no preço do diesel, ao mesmo tempo em que o governo também espera que as medidas de infraestrutura já anunciadas aliviem as preocupações dos caminhoneiros”, afirmaram em relatório enviado aos clientes os analistas Vicente Falanga e Ricardo França da Bradesco Corretora.
O “baile” de Guedes
Os operadores do mercado financeiro repercutem também com otimismo o que foi considerado um “baile” de Guedes sobre os jornalistas da GloboNews que o interpelaram por mais de uma hora ontem à noite.
Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, a entrevista do ministro anima o mercado nesta sessão. “Ele apresentou na mídia, com extrema competência, a importância da Reforma da Previdência e a não interferência do governo na gestão da Petrobras”, ressaltou.
Questionado sobre o recuo de Bolsonaro em sua posição de impedir o aumento do diesel, o economista relatou parte de uma conversa sua com ele sobre uma possível privatização da Petrobras.
“O presidente levantou a sobrancelha… Ué, se o preço de petróleo sobe no mundo todo inteiro e não tem nenhum caminhoneiro parando no Trump, na Merkel ou na porta do Macron, será que tem um problema aqui?”, disse.
O presidente, no dia seguinte, teria mandado uma imagem para Guedes em que mostrava 60 bandeiras de empresas no setor de petróleo nos EUA e apenas uma bandeira, a da Petrobras, no Brasil. “Acho que ele quis dizer alguma coisa com isso”, explicou.
Para Guedes, a privatização da Petrobras “seria um salto muito grande”, mas o ministro afirmou que outra estatal já está na mira e aprovada por Bolsonaro. Ele, contudo, não revelou o nome.
“Está ficando muito claro para o brasileiro comum o seguinte: tem 5 bancos, 6 empreiteiras, uma produtora de petróleo e refinaria, 3 distribuidoras de gás e 200 milhões de patos”, continuou Guedes. “Ele (Bolsonaro) está aprendendo mais rápido do que os economistas brasileiros”.