Comprar ou vender?

Petrobras: mesmo que STF barre venda de subsidiárias, papel ainda terá risco atraente, diz XP

18 set 2020, 14:26 - atualizado em 18 set 2020, 14:30
Petrobras Gás Petróleo
Tanto o Ministério da Economia, quanto o TCU (Tribunal de Contas da União) já declaram serem favoráveis à venda das refinarias (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Congressistas da mesa diretora do Senado e da Câmara enviaram ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedido para proibir a Petrobras (PETR3;PETR4) de vender suas refinarias, que fazem parte do programa de desinvestimento da estatal.

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Os parlamenteares baseiam seu argumento na decisão do próprio STF, que determinou a necessidade do aval do Congresso para a venda de ativos de uma empresa-matriz. O julgamento do pedido deve ocorrer nesta sexta-feira (18).

Tanto o Ministério da Economia, quanto o TCU (Tribunal de Contas da União) já declararam serem favoráveis à venda das refinarias.

Segundo a XP Investimentos, em relatório enviado ao mercado nesta sexta-feira (18), embora a decisão seja importante, a corretora vê risco-retorno positivo nas ações sem assumir a execução do plano de desinvestimentos em suas estimativas.

O analista Gabriel Francisco lembra que em junho do ano passado, o STF decidiu (por 9 votos a favor e 2 contra) que o desinvestimento de subsidiárias de empresas estatais não necessita passar pelo Congresso. A aprovação só seria necessária para casos de vendas de empresas-matriz.

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O alinhamento de alguns fatores transformará a Petrobras numa “máquina de geração de caixa livre para o acionista” no ano que vem (Imagem: Ueslei Marcelino/ Reuters)

“Além disso, notamos que o desinvestimento das refinarias da Petrobras está ocorrendo segundo determinação do órgão antitruste CADE, para encerrar as investigações sobre práticas anticompetitivas da empresa no segmento de refino”, afirmou.

A XP mantém a recomendação de Compra, com preços-alvo de 12 meses de R$ 30 e R$ 29 para PETR4 e PETR3, respectivamente.

Máquina de dividendos

O alinhamento de alguns fatores transformará a Petrobras numa “máquina de geração de caixa livre para o acionista” no ano que vem. A avaliação é do BTG Pactual (BPAC11), em relatório enviado aos clientes.

O primeiro é o corte de US$ 64 bilhões nos investimentos planejados entre 2021 e 2025. Além do impacto da pandemia de coronavírus, a redução é uma resposta ao dólar mais caro, bem como à busca da empresa por uma estrutura de custos mais enxuta, segundo o banco.

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O BTG Pactual recorda que a Petrobras vai priorizar os projetos com breakeven (ponto em que as receitas e os custos se equiparam) abaixo de US$ 35 por barril. Thiago Duarte, Pedro Soares, Daniel Guardiola e Ricardo Cavalieri, que assinam o relatório, afirmam que o movimento foi “muito bem-vindo, pois traz um sentido ainda mais realista para o plano de investimentos” da companhia.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.