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Petrobras (PETR4) abandona de vez PPI e mantém preços acima do mercado, diz pesquisa

09 dez 2023, 13:42 - atualizado em 09 dez 2023, 13:42
petrobras diesel ppi
Esta foi a primeira vez, desde a mudança da política de cálculo dos combustíveis, que o diesel das refinarias da Petrobras superou o internacional. (Imagem: Agência Petrobras)

Na última quinta-feira (7), a Petrobras (PETR3;PETR4anunciou um reajuste no valor médio de venda de diesel A para as distribuidoras. O preço do combustível ficou 6,67% mais barato após uma redução de R$ 0,27. Com isso, o litro do diesel passou a custar R$ 3,78.

No entanto, mesmo com o reajuste para baixo, a estatal continua vendendo o combustível R$ 0,05, em média, acima do mercado internacional. É o que mostra um levantamento realizado pelo Observatório Social do Petróleo (OSP).

Em novembro, o diesel comercializado pela companhia fechou o mês ultrapassando R$ 0,22, em média, o Preço de Paridade de Importação (PPI). Segundo o estudo, há quatro semanas consecutivas, o preço praticado pela Petrobras é superior à referência internacional, sendo que a maior diferença foi de R$ 0,30, registrada na semana de 20 a 24 de novembro.

Já em relação à gasolina, o litro ficou R$ 0,01 acima do PPI, mantendo o valor médio de importação. Neste caso, a diferença mais alta foi de R$ 0,06, entre os dias 13 e 17 de novembro.

Petrobras (PETR4) deixa de usar PPI como referência

Em maio, a Petrobras anunciou sua nova política de preços dos combustíveis, mantendo os preços competitivos com referências dos mercados onde atua, mas sem subordinação obrigatória ao preço de paridade de importação.

A pesquisa da OPS destaca que esta foi a primeira vez, desde a mudança da política de cálculo dos combustíveis, que o diesel fornecido pelas refinarias da estatal superou o parâmetro internacional. Desde o último aumento no preço do diesel, realizado pela Petrobras em 29 de outubro, quando o litro subiu de R$ 3,80 para R$ 4,05, o PPI já diminuiu 14%.

Para Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), os preços praticados pela estatal ficaram acima do PPI porque a empresa manteve o preço mesmo diante da redução no mercado internacional.

Vale lembrar que no mês passado, o petróleo tipo Brent, que é referência internacional, registrou uma queda de 5,24%, o que representa preços US$ 11,20 menores.

“O imobilismo da Petrobras face à queda dos preços internacionais dos combustíveis naquele momento fez com que a estatal, pela primeira vez desde o fim do PPI, ficasse com preços acima do parâmetro de importação“, afirma Dantas. “Até então, a empresa vinha praticando sempre preços médios consideravelmente abaixo dos internacionais”, completa.

Rafael Prado, diretor do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), afirma que esse cenário entra em contradição com um dos critérios da nova política da Petrobras, que define preços menores do que os da concorrência.

“Essa condição é prejudicial tanto para a população, que acaba pagando preços mais altos, quanto para o governo, tendo em vista o imenso custo fiscal e econômico no combate à inflação, com altíssimas taxas de juros“, diz.

Durante o anúncio do último reajuste do diesel, a Petrobras destacou que a queda no preço do diesel é resultado da análise dos fundamentos dos mercados externo e interno frente à estratégia comercial da empresa, sendo que passou a incorporar parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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