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Petrobras (PETR4): Após ‘dia mais importante do ano’, como ficam as ações?

28 nov 2023, 16:49 - atualizado em 28 nov 2023, 16:49
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Petrobras supera “dia mais importante do ano”, segundo analistas; recomendação de compra não é unânime (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

A Petrobras (PETR4) chegou a acalmar recentemente o ânimo dos investidores quanto ao novo plano estratégico divulgado para os próximos cinco anos, considerado pela Genial Investimentos o “dia mais importante do ano” para a companhia. No entanto, analistas da corretora ainda estão céticos com uma recomendação de compra.

A Petrobras aprovou, em reunião do conselho de administração realizado nesta quinta-feira (23), o Plano Estratégico (PE) 2024-2028 com previsão de US$ 102 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos.

Esse é o primeiro PE da companhia sob a gestão do governo Lula. O capex previsto supera em 31% o valor estimado no plano passado devido a novos projetos, incluindo potenciais aquisições, e a ativos que estavam na fila de desinvestimentos e voltaram para a carteira de investimentos.

Dentro disso, a Genial destaca que US$ 11 bilhões de investimentos são “inativos” e devem, majoritariamente, ser utilizados para aquisições nos segmentos de energias renováveis, refino e petroquímico.

“Além disso, somos céticos quanto a aquisição de renováveis aos termos apresentados pela empresa”, acrescenta a corretora.

Na parte de produção, a companhia estatal pretende investir em 14 novos FPSOs ao longo dos próximos anos para conseguir chegar a uma produção diária de óleo e gás de 3,2 milhões de barris.

Segundo a Genial, apesar de grandes volumes e qualidade produtiva dos campos do pré-sal, as taxas de declínio dos demais campos não dão muito espaço para surpresas no sentido da produção geral, “exceto uma muito bem sucedida campanha exploratória dos campos da Margem Equatorial, com produções muito surpreendentes para 2028 e diante”.

Ainda assim, é muito cedo para afirmar tais premissas, diz a instituição.

Dividendos em risco?

A principal preocupação do mercado envolvendo o novo plano de investimentos da Petrobras era o potencial impacto sobre os dividendos da companhia, uma vez que o governo atual já sinalizou com antecedência a intenção de elevar o capex para investir em ativos com foco na transição de transição energética.

Apesar do aumento dos investimentos previstos para os próximos anos, analistas avaliam que o PE não trouxe grandes surpresas negativas, e os dividendos da petroleira ainda devem permanecer altos.

Segundo o Bradesco BBI, existem grandes chances de a Petrobras pagar um dividendo complementar relacionado a 2023 de aproximadamente US$ 5 bilhões (resultando em um rendimento de dividendos elevado para 2024).

Em reunião com analistas, a Petrobras reforçou que poderia distribuir dividendos extraordinários se a alavancagem permanecer em níveis confortáveis.

O Goldman Sachs, em relatório divulgado na semana, lembra que a atual política de remuneração aos acionistas prevê distribuição de 45% do fluxo de caixa livre em dividendos e programas de recompra de ações. A Petrobras também espera distribuir US$ 40-45 bilhões em dividendos, além de recompra de ações, ao longo dos próximos cinco anos, com US$ 5-10 bilhões em potenciais dividendos extraordinários.

“Isso implica em um dividend yield de 9% ao ano, na média (ou ~10%, incluindo dividendos extraordinários)”, diz.

Na reunião, a Petrobras reforçou a meta de dívida bruta abaixo de US$ 65 bilhões e um nível de caixa de US$ 8 bilhões como referência.

Ação divide opiniões

A Petrobras não é recomendação de compra para todas as casas. A Genial segue com indicação de “manter”, com preço-alvo de R$ 35, dada a baixa margem de segurança para uma recomendação mais agressiva ao papel.

Enquanto isso, o Goldman Sachs reforçou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 46,50 para a ação ordinária e R$ 42,30 para a preferencial.

O banco acredita que o plano estratégico anunciado tira uma pendência para a ação.

“O capex anunciado para os próximos cinco anos está majoritariamente em linha com as expectativas do mercado”, defende.

O UBS BB, nesta terça-feira (28), reiterou a recomendação de compra de Petrobras e elevou o preço-alvo em R$ 1 da ação, a R$ 43.

A avaliação dos analistas sobre o PE é que ele parece conservador e “é provável que vejamos surpresas positivas sendo traduzidas em maiores fluxo de caixa livre e dividendos”.

O time de análise alerta, no entanto, que a tendência é que a estratégia da companhia deve proporcionar menores retornos aos acionistas daqui para frente.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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