Petrobras (PETR4) sobe quase 1% após tombo de R$ 32 bi; vale a pena comprar?

As ações da Petrobras (PETR4) avançavam 0,8%, a R$ 30,78, por volta das 13h desta segunda-feira (11), em um movimento técnico após o tombo do pregão anterior, em que a empresa perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado ao recuar 6% na Bolsa. Analistas, no geral, seguem entre as recomendações de compra e neutra.
Para o analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, a queda de sexta foi acima do normal. Ele considera que a companhia trouxe números sólidos com o balanço do segundo trimestre, divulgado na noite de quinta. “Teve uma redução de dividendos, que, na nossa visão, é pontual”, disse.
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O analista ressaltou que o dividend yield — rendimento percentual que um investidor recebe em dividendos com base no preço da ação — continua acima de 10% ao ano e disse que a Empiricus mantém a empresa na sua carteira recomendada.
Segundo o especialista, entre os novos pontos de atenção com a empresa está a inclusão da distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, no plano estratégico da companhia – o que foi informado no mesmo dia da divulgação balanço.
Para a Genial Investimentos, a priori essa decisão é negativa a tese da Petrobras tendo em vista os esforços da companhia em sua desverticalização “após anos de investimentos ruins em diversos negócios para além daquilo que a empresa faz muito bem”. A corretora tem recomendação neutra.
O UBS BB manteve a recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 46, após analisar a teleconferência de resultados do segundo trimestre. Para o banco, apesar de a administração ter indicado baixa probabilidade de dividendos extraordinários em 2025, a expectativa de encerrar o ano no topo da projeção de produção, impulsionada por novas plataformas e pelo ramp-up de poços, sustenta uma visão positiva para o papel.
Na avaliação do UBS, a manutenção da meta de investimentos de US$ 18,5 bilhões para este ano, mesmo com um cenário mais volátil para o preço do petróleo, reforça o compromisso da estatal com a execução do plano estratégico. O banco considera desafiadora a alocação integral desse capex, mas avalia que os dados operacionais seguem sólidos e favorecem a tese de investimento.
Ainda segundo o UBS, a forte produção registrada em julho e as perspectivas de crescimento até o fim do ano compensam a frustração recente com os dividendos. O banco vê espaço para uma revisão positiva na curva de produção no novo plano de negócios, que será divulgado para o período de 2026 a 2030, mantendo a Petrobras como uma das principais recomendações em sua cobertura do setor de óleo e gás no Brasil.
Petrobras no 2T25
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 26,65 bilhões no segundo trimestre, em um período marcado por um aumento da produção de petróleo, mas também por um recuo do preço do petróleo Brent no mercado global, segundo relatório financeiro publicado nesta quinta-feira.
A estatal reportou um Ebitda de US$ 10,2 bilhões no período, 1% acima do consenso. Apesar do resultado sólido, o pagamento de dividendos ficou em US$ 1,5 bilhão (yield de 1,8%), aquém do consenso de US$ 2 bilhões.
O Capex atingiu US$ 4,4 bilhões no trimestre, alta de 9% na comparação trimestral, com 84% destinados ao segmento de Exploração e Produção (E&P).
O volume de investimentos aproxima a estatal de seu guidance oficial para 2024-2027, de US$ 18,5 bilhões. No primeiro semestre de 2025, a Petrobras investiu US$ 8,5 bilhões, o que, anualizado, representa cerca de 91% do planejamento estratégico 2025-2029.