Comprar ou vender?

Petrobras (PETR4): BofA vê ‘engorda’ de dividendos no 2º semestre; veja quantos bilhões de dólares podem pingar

11 set 2023, 13:43 - atualizado em 11 set 2023, 14:43
Petrobras
Para o banco, a empresa deverá pagar US$ 15,8 bilhões no segundo trimestre, rendimento de 17% (Imagem: Agência Petrobras)

O Bank of America classifica como alta a probabilidade da Petrobras (PETR3;PETR4) pagar dividendos extraordinários, o que poderia ‘bombar’ os retornos no segundo semestre de 7% para 17%.

Os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Marcondes e Christopher Kuplent levantam dois pontos para sustentar essa posição. São eles:

  • a empresa não possui uma reserva estatutária e, portanto, não pode reter excesso de caixa;
  • o governo brasileiro apoia distribuições extraordinárias devido ao seu objetivo de zerar seu déficit fiscal em 2024;

Para o banco, a empresa pode pagar até US$ 15,8 bilhões no segundo semestre, rendimento de 17%. O rendimento mínimo seria de 7%.

Veja na tabela

Retornos de dividendos (BofA) 2º semestre 2024
Sem dividendos extraordinários 7% 15%
Com dividendos extraordinários 17% 21%

Em 2024, o BofA prevê dividendos de US$ 19,5 bilhões, assumindo o petróleo Brent a US$ 90 o barril.

Ainda segundo o BofA, os rendimentos da empresa são mais sensíveis aos preços do petróleo – uma vez que a sua geração de caixa é impulsionada principalmente pelo segmento upstream (parte da cadeia produtiva que antecede o refino).

“Assumindo preços do petróleo de US$ 80/bbl, estimamos o potencial de retorno de caixa total da Petrobras (incluindo distribuições extraordinárias) com um rendimento de 15,7% (queda de 550 pontos base) versus a média das companhias petrolíferas internacionais de 8,2% (queda de 60 pontos base) em 2024”, coloca.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Política de preços da Petrobras e os dividendos

Os analistas dizem que entender a política de preços é fundamental para prever o potencial de geração de caixa.

Até o momento, nota o trio, a política de preços de combustíveis da Petrobras passou no seu primeiro teste de estresse.

Eles observam que desde o final de junho, os preços do petróleo subiram cerca de 20%, o que levou a empresa a anunciar um aumento tanto do gasóleo como da gasolina de 25,8% e 16,3%, respetivamente, em meados de agosto.

Pelos cálculos do BofA, assumindo o preço do petróleo a US$ 90/bbl, cada defasagem de 10% (tanto no diesel quanto na gasolina) contra a paridade internacional afeta a geração de caixa da Petrobras em cerca de US$ 6 bilhões.

O BofA vê defasagem dos preços internacionais de 13% para o diesel e 4% para a gasolina.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.