Combustíveis

Petrobras (PETR4): Como a defasagem na gasolina e diesel pesam sobre as ações

12 abr 2024, 11:51 - atualizado em 12 abr 2024, 11:51
petrobras ações
A nova fórmula de preços da Petrobras, vista com pouca clareza pelo mercado, e a falta de reajustes, pesa no bolso do acionista (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

As cotações do petróleo seguem subindo no mercado internacional, pressionando os preços da gasolina e o diesel no Brasil, praticados pela Petrobras (PETR4), e que continuam defasados no mercado interno. Na manhã desta sexta (12), por volta de 10h55, as cotações do brent avançavam 2,43%, a US$ 91,92.

De acordo com dados de terça-feira (9), divulgados pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem da gasolina atingiu 18% (R$ 0,61), enquanto o diesel segue defasado em R$ 0,52 (13%).

Para o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), segundo dados de ontem (11), a defasagem da gasolina já atingiu 26,20%, com uma diferença de R$ 1,003/L, enquanto o CBIO vê uma defasagem de 7,91% para o diesel (R$ -0,3022). O último reajuste para a gasolina foi em 21 de outubro de 2023.

  • O que está acontecendo com a Petrobras? A equipe do Money Times investigou a fundo o que está rolando com a estatal em meio à interferência política e à retenção de dividendos; leia mais.

Vale lembrar que essa diferença entre as estimativas se dá principalmente pela falta de clareza quanto a fórmula usada pela estatal para os preços dos combustíveis.

O peso da defasagem sobre as ações da Petrobras

Pedro Rodrigues, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), em entrevista ao Money Times, ressaltou que essa defasagem pesa sobre as ações da Petrobras.

“Sempre que a companhia está vendendo combustível defasado, ela deixa o dinheiro do acionista na mesa”, diz.



O diretor vê um embate político no entorno da estatal, que não característico apenas ao governo Lula.

“A Petrobras, em razão da sua natureza jurídica, é uma sociedade de economia mista, com acionistas privados, e as regras de mercado devem ser respeitadas, mas tendo o governo como controlador, acaba ocorrendo uma confusão em determinados momentos. Por vezes, a empresa tira o ‘chapéu’ de uma companhia estatal, e em outras, coloca o chapéu de uma empresa privada”, pontua.

Problemas no bolso do acionista

Rodrigues ressalta que apesar do embate atual acerca da permanência de Jean Paul Prates no comando da Petrobras, a discussão sempre se agrava quando há uma pressão de preço, que gera problemas políticos.

“Quando o petróleo e o dólar sobem, como está acontecendo, a Petrobras precisa repassar os preços para o consumidor, aumentando os preços da gasolina e do diesel, já que hoje ela é quase monopolista, com 85% – 90% da capacidade de refino no mercado nacional. E quando ela aumenta os preços, os políticos não gostam, pela queda da popularidade, algo natural em todo mundo”, avalia.

Ele salienta que a escolha da Petrobras em não reajustar não se traduz necessariamente em prejuízo.

“O prejuízo ocorria quando ela comprava lá fora mais caro e vendia com menores preços no mercado interno. Por outro lado, o que ela faz hoje, na minha visão, é perder dinheiro. Se eu tenho um produto que posso vender por um preço mais caro, mas eu escolho não fazer isso, significa que eu estou deixando o dinheiro do acionista na mesa, que é o que está acontecendo”, finaliza.

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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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