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Petrobras (PETR4) divulga novo plano estratégico para os próximos 5 anos; o que esperar?

27 nov 2025, 7:00 - atualizado em 26 nov 2025, 19:18
petrobras petr4
(Imagem: Kaype Abreu / Money Times)

A Petrobras (PETR4) deve apresentar um plano estratégico para 2026–2030 com investimentos mais enxutos, com capex em torno de US$ 105 bilhões a US$ 110 bilhões, segundo analistas. O documento deve ser analisado pelo conselho da petroleira nesta quinta-feira (27).

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O ajuste frente aos US$ 111 bilhões do plano vigente deve ser feito por conta do petróleo tipo Brent, que caiu cerca de 15% desde a elaboração do documento anterior. A percepção geral dos analistas é de que a empresa reforçará com isso a disciplina de capital às vésperas de um ano de eleições presidenciais.

A premissa de Brent deve cair do atual parâmetro de US$ 83 para algo entre US$ 60 e US$ 65, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. Para Ricardo Trevisan, CEO da Gravus Capital, esse intervalo é conservador, mas funciona como um “colchão de segurança”: se o petróleo ficar acima disso, há ganho de caixa; se ficar abaixo, o plano ainda fecha as contas.

A companhia aposta que parte da queda no preço do petróleo será compensada pelo aumento da produção, com novas plataformas entrando em operação — uma estratégia que, segundo Trevisan, preserva fluxo de caixa e reforça a capacidade de pagar dividendos.

Ele destaca que um corte no plano plurianual não muda a trajetória da companhia, mas pode resultar em bilhões adicionais distribuídos ao longo dos anos, desde que eficiência e controle de custos sejam mantidos.

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Para analistas, os cortes devem recair principalmente sobre projetos de exploração em áreas não prioritárias e em algumas iniciativas de refino, enquanto a transição energética tende a sofrer menos ajustes. O pré-sal segue como o eixo central do plano, dada a alta rentabilidade e o peso na geração de caixa.

O risco de sub-investimento, disseram, é mais relevante na margem equatorial, nova fronteira exploratória que exige capital elevado e pode perder o timing caso seja continuamente postergada.

Para a Genial Investimentos, um plano mais enxuto é coerente com preços mais fracos e reduz o risco de destruição de valor via projetos marginais — ainda que limite o ritmo de diversificação e renováveis, o que a casa vê como positivo. O desafio, segundo os analistas, será equilibrar capex menor com metas de produção e manutenção de reservas.

O ponto para os dividendos e a surpresa positiva

O Itaú BBA destaca que os investidores devem observar o comportamento do cash capex (investimento que realmente sai do caixa no ano) e destacou a possibilidade de surpresa positiva com o Opex (dinheiro gasto para operar e manter o negócio no dia a dia).

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A instituição lembra que, no plano atual, a Petrobras previa que o capex “limpo” dos efeitos de leasing — ou seja, o investimento que realmente sai do caixa, sem contar plataformas contratadas via arrendamento — seria cerca de 75% do capex total. Nos últimos trimestres, porém, essa relação tem ficado mais próxima de 90%.

O banco acrescenta que o mercado espera ver um detalhamento anual do cash capex, e não apenas referências agregadas para os cinco anos, porque esse número é essencial para os cálculos de dividendos.

O Itaú BBA também ressalta que investidores não incluem reduções de opex em seus modelos e que qualquer menção a cortes operacionais no plano deve ser recebida de forma positiva.

Plano deve influenciar as ações da Petrobras?

O Bradesco BBI avalia que o plano não deve ser um catalisador relevante, com poucas mudanças de estrutura, embora veja espaço para uma curva de produção mais forte.

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Os analistas Vicente Falanga e Ricardo França também destacam que investidores internacionais voltaram a questionar as perspectivas da Petrobras, em meio às incertezas eleitorais.

Segundo o BBI, alguns fundos avaliam entrar “prontos para avançar” em 2026, dependendo da combinação entre risco, retorno e possível mudança de governo.

A diretoria da estatal tem reforçado o tom de prudência. Fernando Melgarejo, CFO da Petrobras, disse recentemente que não pretende propor mudanças na política de dividendos, nem alterar o teto de endividamento de US$ 75 bilhões — hoje em cerca de US$ 71 bilhões.

Ele afirmou que o momento exige cautela tanto na distribuição de proventos quanto em fusões e aquisições, e que qualquer M&A só será considerado se gerar valor e fluxo de caixa sustentável. Melgarejo também destacou que a produção será a principal alavanca operacional no curto prazo, com 2025 devendo fechar no topo do guidance.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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