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Petrobras (PETR4): Entenda as preocupações com o novo plano estratégico; ações caem 2%

28 nov 2025, 12:53 - atualizado em 28 nov 2025, 12:53
petrobras petr4
(Imagem: Kaype Abreu / Money Times)

As ações da Petrobras (PETR4) recuam cerca de 2% nesta quinta-feira (27), a R$ 31,65, após a divulgação do Plano Estratégico 2026–2030. Embora, de modo geral, analistas tenham elogiado o documento, uma leitura mais cautelosa ajuda a explicar o movimento negativo dos papéis hoje, apesar da alta do Brent no mercado internacional.

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Em relatório enviado a clientes, o Bradesco BBI afirmou que o plano apresentou investimentos de curto prazo ainda muito elevados, enquanto os investimentos de longo prazo caem substancialmente. “Nossa impressão é que o feedback do mercado tem sido mais negativo, pois os investidores estão se concentrando principalmente nos elevados investimentos de curto prazo”, disse.

O BBI avalia ainda que as premissas macroeconômicas adotadas são “um tanto agressivas”, citando Brent a US$ 70, spread do diesel próximo a US$ 20 e câmbio de R$ 5,80.

Segundo o banco, boa parte da viabilidade financeira depende de US$ 12 bilhões em iniciativas de redução de custos, que normalmente são difíceis de mensurar. O banco reconhece o esforço da administração em apresentar um plano “resiliente”, mas observa que esse tipo de proposta costuma ser mais bem recebida quando parte de premissas conservadoras.

Os pontos positivos do plano

Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, destacou que a petroleira apresentou sinalizações favoráveis em produção, investimentos e controle de gastos. Ele lembrou que, apesar da leve redução do capex total — de US$ 111 bilhões para US$ 109 bilhões os cortes mais relevantes ocorreram fora de Exploração & Produção.

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Hungria também ressaltou que a Carteira em Implantação caiu de US$ 98 bilhões para US$ 91 bilhões, e que os ajustes mostram uma gestão “atenta e sensível ao ambiente desafiador”, sobretudo para uma estatal em véspera de eleição presidencial.

O Safra igualmente avaliou o plano como um “bom roteiro”, elogiando a maior flexibilidade para lidar com preços mais baixos do petróleo, o foco contínuo em E&P e iniciativas de otimização de custos.

Segundo o banco, a carteira de projetos em execução, de US$ 91 bilhões — incluindo US$ 10 bilhões sujeitos a revisões trimestrais de financiamento — dá à Petrobras mais capacidade de ajustar o ritmo conforme a evolução do fluxo de caixa e da estrutura de capital.

O que diz o plano da Petrobras

A Petrobras divulgou seu Plano Estratégico com capex previsto para 2026 em US$ 19,4 bilhões — praticamente inalterado em relação ao plano anterior. No horizonte de cinco anos, o capex de implementação caiu de US$ 98 bilhões para US$ 91 bilhões, mas a maior parte desse ajuste ocorre apenas entre 2029 e 2030.

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Já para 2026–2028, o plano mostra um ligeiro aumento, especialmente em 2027, quando os investimentos sobem para US$ 21 bilhões. A área de Exploração & Produção continua central na estratégia, respondendo por 71% do capex, ainda que abaixo dos 77% do plano anterior.

Entre os projetos relevantes que ainda não receberam FID (decisão final de investimentos) estão o FPSO SEAP2, a fábrica de fertilizantes UFN-III e um projeto de etanol não detalhado — todos já incluídos no capex-base e tidos como candidatos prováveis à aprovação.

Os investimentos em análise aumentaram de US$ 13 bilhões para US$ 18 bilhões, com reforço de US$ 8 bilhões em E&P e US$ 1 bilhão em Refino, Transporte e Comercialização (RTC), compensados por cortes de US$ 4 bilhões em Gás Natural e Energia de Baixo Carbono.

A Petrobras também revisou para cima a curva de produção: agora prevê 2,5 milhões de barris por dia em 2026 (antes 2,4 mi), pico de 2,7 milhões em 2027 (antes 2,5 mi) e 2,6 milhões em 2028 (antes 2,5 mi). A previsão de entrega de 10 FPSOs até 2030 foi mantida.

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O plano trabalha com Brent a US$ 63 em 2026 e US$ 70 no longo prazo, câmbio de R$ 5,80 e spreads de refino de US$ 19–20 para o diesel e US$ 12–14 para gasolina. No plano anterior, o Brent de longo prazo era de US$ 68, o câmbio de R$ 5,10 e os spreads eram um pouco mais amplos para o diesel.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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