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Petrobras (PETR4), Exxon, Chevron e CNPC arrematam 19 blocos na Foz do Amazonas

17 jun 2025, 12:45 - atualizado em 17 jun 2025, 13:57
Plataforma da Petrobras 5/09/2018 REUTERS/Pilar Olivares
Plataforma da Petrobras 5/09/2018 REUTERS/Pilar Olivares

A petroleiras Petrobras (PETR4), ExxonMobil, Chevron e CNPC arremataram 19 dos 47 blocos exploratórios de petróleo e gás ofertados na Bacia da Foz do Amazonas em leilão de concessão realizado pela reguladora ANP nesta terça-feira, por um bônus de assinatura total somado de R$844 milhões a ser arrecadado pelo governo.

Os lances das companhias globais por blocos na bacia considerada uma nova fronteira exploratória no Brasil foram feitos apesar dos desafios socioambientais e da resistência de ambientalistas, enquanto a Petrobras aguarda há anos aprovação do Ibama para operar na área.

Alguns analistas tinham manifestado dúvidas se petroleiras fariam lances por áreas na Bacia da Foz do Amazonas, diante das dificuldades da Petrobras para obter licença ambiental para perfurar a região.

Mas um avanço da petroleira estatal para a última etapa no processo de licenciamento, que inclui a possibilidade de um simulado de contra vazamentos de petróleo em águas ultraprofundas do Amapá, elevou a atratividade do leilão, na avaliação da indústria.

As áreas na Bacia da Foz do Amazonas têm atraído o interesse de petroleiras pela geologia semelhante à registrada em descobertas na Guiana, cuja produção de petróleo avançou nos últimos anos, inclusive com a atuação da ExxonMobil, que foi uma das ganhadoras no leilão da ANP.

Além de ampliar as oportunidades de produção de petróleo, a exploração da Bacia da Foz do Amazonas também deve ajudar no desenvolvimento regional, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

“É o bilhete premiado da região Norte para reduzir a pobreza. Não podemos continuar a perder oportunidades. Interesse das norte-americanas, Chevron e Exxon, que já operam na Guiana, demonstra que nosso potencial é gigantesco”, afirmou Silveira, em nota.

Ele disse ainda ter “certeza de que o Ibama vai agilizar os licenciamentos na Foz a partir da autorização da Petrobras”.

“A Petrobras já está lá, mas agora com a chegada dessas novas empresas, um novo impulso da indústria de petróleo do Brasil (será dado)”, afirmou o diretor de Atração de Investimento da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá (Agência Amapá), Antônio Neto, à Reuters.

“Nós vamos ter ali um mapa colorido no litoral do Amapá com várias logomarcas (de petroleiras)”, acrescentou Neto.

Um consócio liderado pela Petrobras em parceria com a ExxonMobil arrematou cinco blocos, enquanto outro liderado pela companhia norte-americana em parceira com a estatal brasileira levou outros cinco.

A norte-americana Chevron adquiriu em consórcio nove blocos em parceria com a chinesa CNPC.

Para Silveira, a participação da empresa chinesa deixa claro “como os laços construídos pelo presidente Lula solidificam a parceria do Sul Global”, em meio à busca por segurança energética.

O resultado do leilão foi “ótimo” para a Petrobras, que ficou com todas as áreas pretendidas, disse a diretora executiva de Exploração e Produção da empresa, Sylvia Anjos, à Reuters.

A Petrobras focou seus lances na Foz do Amazonas, onde aguarda a autorização do Ibama para perfurar em uma área adquirida anteriormente.

“Alarmante”

Por outro lado, o Greenpeace considerou “alarmante” que mais de 40% dos blocos ofertados na Bacia da Foz do Amazonas tenham sido arrematados.

“Ao assumir 10 blocos em consórcio com a ExxonMobil Brasil, a Petrobras se coloca como protagonista de um projeto político arriscado que está cavando um buraco na credibilidade ambiental do Brasil”, disse a porta-voz de Oceanos do Greenpeace Brasil, Mariana Andrade, em nota.

Ao todo, as petroleiras arrematam 34 dos 172 blocos exploratórios de petróleo ofertados em leilão da agência reguladora ANP, que teve também áreas negociadas nas bacias de Santos, Pelotas e Parecis.

O bônus de assinatura total a ser arrecadado pelo governo com blocos arrematados em leilão somou R$989,26 milhões, sendo R$844 milhões com 19 áreas vendidas na Foz do Amazonas.

Para Silveira, esses recursos não estavam previstos este ano, o que “auxilia o governo a evitar cortes maiores no orçamento, que trariam impacto para saúde e educação”.

As petroleiras, incluindo a Shell, a Equinor e a Karoon, arremataram 11 de 54 blocos exploratórios ofertados na Bacia de Santos, que responde atualmente por quase 80% da produção de petróleo do Brasil.

O bônus de assinatura total arrecadado pelo governo com blocos na Bacia de Santos somaram R$133 milhões.

Foram ainda arrematados 3 de 34 blocos exploratórios da Bacia de Pelotas, com bônus de assinatura de R$11,46 milhões.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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