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Petrobras (PETR4): ‘Haveria risco para qualquer número’, diz CFO sobre projeções de Brent e dólar

28 nov 2025, 16:51 - atualizado em 28 nov 2025, 17:00
Fernando Melgarejo, CFO da Petrobras.
(Rafa Pereira/ Petrobras/ Divulgação)

A Petrobras (PETR4) defendeu as premissas adotadas no Plano Estratégico 2026-2030 para o preço do petróleo e do câmbio — Brent a US$ 70 a partir de 2027 e dólar a R$ 5,80. Segundo a companhia, qualquer valor escolhido para esses indicadores carregaria incertezas relevantes, o que levou a estatal a desenhar um modelo de investimentos mais flexível.

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O CFO Fernando Melgarejo afirmou que a definição das premissas envolveu consultas a mais de 30 cenaristas especializados em óleo e gás, além da análise de como outras empresas do setor tratam esses parâmetros. “Optamos por US$ 70 a partir de 2027. Haveria riscos para qualquer número que fosse usado. Para mitigar esses riscos, criamos um capex com nomenclaturas diferentes — implantação-alvo, implantação-base e avaliação.”

Ele explicou ainda que o câmbio de R$ 5,80 está alinhado às condições macroeconômicas observadas. “Olhamos para o mercado. O R$ 5,8 está adequado com a inflação que a gente tem e com o diferencial americano”.

Melgarejo também destacou que o plano reduziu o Brent de equilíbrio da Petrobras. “A gente reduziu o Brent de equilíbrio no plano de US$ 80 nesse ano para US$ 59 em 2026. Se chegarmos até US$ 59, temos dívida líquida neutra”. Nas premissas do plano, a Petrobras prevê agora o Brent, referência internacional do preço do petróleo, a US$ 63 o barril em 2026, contra US$ 77 no plano anterior.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reforçou o cenário adverso de curto prazo, apontando que parte do mercado vê o Brent chegando a US$ 50 no primeiro semestre de 2025. Essa possível retração, disse ela, tende a ser seguida de ajuste. “Se todo mundo botar o pé no freio, no ano seguinte se retoma, e daí os US$ 70 em 2027”, frisou.

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Magda destacou o caráter incerto das projeções e, por isso, a necessidade de segmentar os investimentos. “Dos US$ 91 bilhões, US$ 81 bilhões são projetos já contratados. Os outros US$ 10 bilhões vão ficar sob judice, para escolher o que melhor rende para a companhia. Vamos fazer isso de três em três meses. Essa é a novidade do plano.”

“Quando a gente fala em Brent reduzido, o que fazemos é identificar o que gera valor imediato e o que gera valor no longo prazo — e que, portanto, pode ser postergado sem prejuízo”, acrescentou. “Neste momento, em que trabalhamos com preços mais baixos e com a necessidade de responsabilidade fiscal e financiabilidade, começamos a priorizar. Não estamos descartando projetos; estamos adequando a carteira ao cenário atual”.

Segundo ela, adotar premissas mais pessimistas já em 2026 poderia levar a decisões prejudiciais. “Se adotássemos essa premissa mais radical para 2026, evitaríamos investimentos mais lucrativos para a companhia.”

Mais cedo, em relatório enviado a clientes, o Bradesco BBI afirmou que o plano apresentou investimentos de curto prazo ainda muito elevados, enquanto os investimentos de longo prazo caem substancialmente.  O banco avaliou que as premissas macroeconômicas adotadas são “um tanto agressivas”.

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Segundo os analistas, boa parte da viabilidade financeira depende de US$ 12 bilhões em iniciativas de redução de custos, que normalmente são difíceis de mensurar. O banco reconhece o esforço da administração em apresentar um plano “resiliente”, mas observa que esse tipo de proposta costuma ser mais bem recebida quando parte de premissas conservadoras.

 

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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