Petrobras (PETR4): JP Morgan revisa projeções para cima; é hora de comprar?

O JP Morgan elevou suas estimativas para a produção da Petrobras (PETR4), destacando que o pré-sal continuará a sustentar a tese de valorização da companhia. O banco projeta que a estatal produzirá 2,6 milhões de barris por dia em 2027 e 2,8 milhões em 2028, números que superam em até 312 mil barris por dia o guidance oficial.
O banco reafirmou recomendação overweight (equivalente a compra) para a Petrobras, com preço-alvo de R$ 45, avaliando que os papéis negociam a 3,3 vezes EV/Ebitda em 2026, com free cash flow yield de 9,3% a um petróleo de US$ 65/barril.
Embora reconheça o elevado capex, sobretudo voltado a Búzios, o JP Morgan considera que o capital está sendo eficientemente aplicado em barris de alto retorno.
O que esperar da produção da Petrobras
O JP Morgan calcula que cada 100 mil barris/dia adicionais do pré-sal acrescentam cerca de US$ 1,5 bilhão ao Ebitda. O banco reforça que os reservatórios carbonáticos do pré-sal oferecem vantagens sobre os do pós-sal, como declínio mais lento e suporte de pressão, o que explica curvas de produção mais estáveis.
Segundo os analistas, dados de Sapinhoá e Tupi mostram estabilidade até fatores de recuperação próximos a 10–11%, quando começa o declínio gradual. O mesmo é esperado para Búzios, maior campo da companhia, com reservas estimadas em 37 bilhões de barris in place.
A expectativa é de um platô até o fim de 2029 ou início de 2030, com taxas de declínio de 4% nos primeiros anos e de até 10% após 2032.
No cenário global, o banco aponta que a produção offshore deve representar 29% da oferta de líquidos em 2025, com pico de 33 milhões de barris/dia em 2032. A produção em águas profundas deve subir de 10,4 milhões de barris/dia em 2025 para 12,8 milhões em 2031, puxada por países como Brasil, Guiana, Suriname, Noruega e México.
Para o Brasil, a estimativa é de crescimento até 5,3 milhões de barris/dia em 2032, frente aos 3,7 milhões atuais.