Petrobras (PETR4): Por que a polêmica Margem Equatorial ainda tem pouco impacto nas ações

A busca da Petrobras (PETR4) por uma licença para explorar a Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, ainda é pouco relevante para os investidores devido ao longo prazo necessário para início da produção e aos riscos regulatórios e socioambientais envolvidos, segundo analistas.
Na véspera, o Ibama aprovou o plano de resgate da vida selvagem apresentado pela companhia — uma exigência para a condução de atividades na região que fica próxima à costa do Amapá e relacionada à foz do Rio Amazonas, que compartilha geologia com a vizinha Guiana, onde a Exxon Mobil está explorando enormes campos de petróleo.
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Em 2023, o Ibama negou um pedido da Petrobras para perfurar na área, ao qual a empresa recorreu imediatamente, alimentando divisões no governo brasileiro entre defensores do meio ambiente e aliados que pressionavam pelo desenvolvimento da indústria de petróleo e gás na região.
Posteriormente, o órgão também destacou preocupações com os impactos que a perfuração poderia ter sobre as comunidades indígenas do Amapá.
Para os analistas do Bradesco BBI, o mercado segue atento aos desafios socioambientais que ainda cercam a exploração na Margem Equatorial.
O analista da Empiricus Research, Ruy Hungria, disse que é difícil estimar com precisão o quanto desse novo projeto já está precificado pelo mercado. Segundo ele, o plano de investimentos relacionado à Margem Equatorial deve somar cerca de US$ 3 bilhões no período de 2025 a 2029 – valor visto como pouco relevante considerando todo o Capex da empresa para o período.
As próximas etapas para a Petrobras
A próxima etapa do processo envolve inspeções e simulações, como exercícios de continuidade em casos de derramamento de óleo e resgate de fauna. Esses testes servirão para avaliar a capacidade de resposta da Petrobras a emergências ambientais na região.
A empresa afirmou estar comprometida em operar com segurança e anunciou que construirá uma das maiores unidades de resposta a emergências do estado do Amapá, voltada para suas futuras operações em águas profundas e ultraprofundas.
Em nota nesta segunda-feira, a Petrobras reafirmou que a confirmação da existência de petróleo na Margem Equatorial poderá abrir uma importante fronteira energética para o país.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), que é do Amapá, Estado próximo da área que pode ser explorada pela Petrobras, afirmou que a aprovação reforça “a confiança nas instituições e no compromisso com um futuro seguro, desenvolvido e sustentável”.
*Com informações da Reuters