Petrobras (PETR4) recebe licença do Ibama para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas

A Petrobras (PETR4) recebeu nesta segunda-feira (20) a licença ambiental do Ibama para iniciar a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-059.
Localizado em águas profundas do Amapá, o bloco está a cerca de quinhentos quilômetros da Foz do Rio Amazonas e a cento e setenta e cinco quilômetros da costa, na Margem Equatorial brasileira.
Segundo a companhia, a sonda já está posicionada no local e a perfuração começará imediatamente, com duração estimada de cinco meses. O objetivo é coletar informações geológicas e avaliar o potencial de petróleo e gás na região. A estatal ressalta que esta fase é apenas de pesquisa, sem qualquer produção de petróleo.
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A Petrobras afirmou ter atendido a todas as exigências do Ibama durante o processo de licenciamento ambiental. Em agosto, a empresa realizou um simulado in loco, chamado Avaliação Pré-Operacional (APO), no qual o órgão ambiental verificou a capacidade operacional da companhia e a eficácia do plano de resposta a emergências.
Em nota, a estatal reforçou o compromisso com o desenvolvimento da Margem Equatorial, destacando a relevância da região para garantir a segurança energética do Brasil e apoiar uma transição energética justa.
O setor petrolífero acredita que há um potencial significativo para a descoberta de grandes reservas de petróleo e gás na Foz do Amazonas, com base em grandes descobertas em regiões geologicamente semelhantes no Suriname e na Guiana.
Entretanto, há resistência por parte de segmentos da sociedade e de parte do próprio governo, devido aos riscos socioambientais associados à exploração.
“O Brasil não pode abrir mão de conhecer seu potencial”, disse em nota o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após o anúncio da licença, nesta segunda-feira.
“Fizemos uma defesa firme e técnica para garantir que a exploração seja feita com total responsabilidade ambiental, dentro dos mais altos padrões internacionais, e com benefícios concretos para brasileiras e brasileiros.”
O Ibama já havia negado uma licença para a Petrobras em 2023, mas retomou o processo após um pedido de reconsideração da companhia, que veio com mudanças em seu planejamento exploratório.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comentou em nota que a companhia espera obter “excelentes resultados nessa pesquisa e comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial”.
Ela destacou ainda que a conclusão desse processo, com a efetiva emissão da licença, “é uma conquista da sociedade brasileira e revela o compromisso das instituições nacionais com o diálogo e com a viabilização de projetos que possam representar o desenvolvimento do país”.
Segundo ela, “foram quase cinco anos de jornada, nos quais a Petrobras teve como interlocutores governos e órgãos ambientais municipais, estaduais e federais”.
“Nesse processo, a companhia pôde comprovar a robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente que estará disponível durante a perfuração em águas profundas do Amapá”, destacou.
(Com informações da Reuters)