Petrobras (PETR4): O alerta desta gestora sobre o futuro dos dividendos

Em carta a investidores, a gestora Vista Capital avaliou que a Petrobras (PETR4) diminuiu sua margem de segurança, com sinais de deterioração na governança e decisões de investimento “questionáveis”, como a expansão do GLP.
O resultado do segundo trimestre de 2025 expôs a preocupação, segundo a gestora: com o petróleo a R$ 385 o barril, a estatal gerou R$ 42,5 bilhões de caixa operacional, mas consumiu R$ 38,1 bilhões em capex, leasing e juros — o equivalente a uma geração líquida de caixa próxima de 1% no período.
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Ainda assim, a companhia distribuiu dividendos quase duas vezes superiores ao caixa gerado, financiados por aumento de endividamento.
Segundo a gestora, a estratégia de distribuição integral do caixa — herdada do governo anterior — é incompatível com os compromissos de longo prazo, que superam R$ 140 bilhões ao ano, e com o peso estrutural do modelo de afretamento (leasing), subavaliado tanto por analistas quanto pelo próprio IFRS 16, na avaliação da gestora.
A Vista alerta que uma queda mais acentuada no preço do petróleo pode forçar cortes de dividendos e investimentos, reacendendo dúvidas sobre a solvência da companhia.
A gestora diverge do consenso em três pontos: o leasing é mal incorporado aos modelos de análise, os riscos de governança estão aumentando com a aproximação do ciclo eleitoral e a incerteza sobre o preço do petróleo é maior, especialmente diante de um possível excesso de oferta global.
Para a Vista, a margem de segurança exigida para investir na Petrobras deveria ser significativamente maior que a atual.