Petrobras (PETR4): Por que o UBS BB está otimista com os dividendos, apesar do capex e eleições

O UBS BB disse que a Petrobras (PETR4) deve pagar US$ 7,6 bilhões em dividendos neste ano (yield de cerca de 10%) e US$ 9,6 bilhões em 2026 (14%), diante do forte crescimento da produção da estatal. O banco tem recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 42 (ante R$ 46).
Mesmo em um cenário mais conservador, o UBS BB calcula que o rendimento ficaria em torno de 8,5% em 2025, de acordo com relatório assinado por Tasso Vasconcellos e equipe.
- SAIBA MAIS: Quer receber análises confiáveis sobre o universo cripto? Cadastre-se para receber a newsletter gratuita do Crypto Times
Segundo o banco, a produção da companhia deve crescer cerca de 20% entre 2024 e 2028, bem acima de europeias e de concorrentes latino-americanas.
Os números recentes confirmam a tendência: a produção passou de 2,09 milhões de barris/dia no quarto trimestre de 2024 para 2,32 milhões no segundo trimestre de 2025, chegando a 2,47 milhões em julho.
Além disso, há 13 novas plataformas previstas para os próximos anos, cinco delas entre o fim de 2025 e 2027, com destaque para unidades de grande porte de até 225 mil barris/dia de capacidade, disse o UBS BB.
Investimentos da Petrobras e eleições
O UBS vê a companhia com boa capacidade de gerar caixa e sustentar dividendos, apesar das dúvidas do mercado sobre o tamanho do capex.
“Esperamos uma reprecificação com base na continuidade de operações sólidas e em um plano de negócios que não deve trazer grande impacto financeiro”, disse.
Para o UBS BB, a ação da empresa é negociada a múltiplos muito abaixo dos pares — cerca de 4 vezes lucro, contra mais de 11 vezes dos concorrentes globais.
Em relação às eleições de 2026, o banco afirmou que ainda é cedo para operar com base nesse tema. Com cerca de 450 dias até o pleito, o cenário-base é de fundamentos estáveis, sem grandes impactos eleitorais no curto prazo, disse.
BTG também segue vendo potencial de valorização
Na véspera, o BTG Pactual também atualizou a avaliação sobre Petrobras mantendo “compra”, com preço-alvo de R$ 44.
Para o banco, apesar do pessimismo no mercado de commodities e da percepção mais negativa sobre a estatal, a companhia ainda oferece boas oportunidades de retorno nos próximos 12 a 18 meses.
Segundo os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha, que assinam o relatório, a produção da Petrobras deve ficar perto do limite máximo previsto para 2025, o que deve garantir forte geração de caixa. Com isso, os dividendos podem render entre 10% e 11% ao ano aos acionistas.