Petróleo cai quase 2% com apreensão de petroleiro pelos EUA e negociações entre Rússia e Ucrânia
Os preços do petróleo operam em forte queda nesta quinta-feira (11) com as negociações de um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e possíveis impactos da apreensão de petroleiro da Venezuela pelos Estados Unidos. O relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) também movimenta os preços.
Por volta de 11h30 (horário de Brasília), os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para fevereiro, tinham recuo de 1,93%, a US$ 61,00 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para janeiro registravam baixa de 1,95%, a US$ 57,30 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), nos EUA, no mesmo horário.
O que mexe com o petróleo hoje?
As tensões geopolíticas pressionam o petróleo. Considerado também um “termômetro de risco”, a commodity acompanha as movimentações em torno de um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Hoje, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que todos os “mal-entendidos” com os Estados Unidos sobre a Ucrânia foram resolvidos após uma reunião no início deste mês entre o presidente Vladimir Putin e o enviado dos EUA, Steve Witkoff.
“Transmitimos aos nossos pares norte-americanos propostas adicionais relativas a garantias de segurança coletiva”, disse Lavrov. “Entendemos que, ao discutir garantias de segurança, não podemos nos limitar apenas à Ucrânia.”
O ministro também reafirmou que a Rússia não aceitará que a Ucrânia se torne membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e que Moscou quer proteção para os falantes de russo na Ucrânia.
Os impactos da apreensão de um petroleiro sancionado na costa da Venezuela pelos Estados Unidos também são monitorados pelo mercado. O movimento aumentou as tensões entre Washington e Caracas.
“Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um grande petroleiro, muito grande, o maior de todos os tempos, na verdade, e outras coisas estão acontecendo”, disse o presidente norte-americano Donald Trump no noite desta quarta-feira (10), que vem pressionando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a renunciar.
Perguntado sobre o que aconteceria com o petróleo, Trump disse: “Ficamos com ele, eu acho”.
As autoridades do governo Trump não informaram o nome da embarcação. O grupo britânico de gerenciamento de risco marítimo Vanguard afirmou que o petroleiro Skipper foi apreendido na Venezuela na madrugada desta quarta-feira. Os EUA impuseram sanções ao petroleiro por envolvimento no comércio de petróleo iraniano quando era chamado de Adisa.
Opep no radar
As relações de oferta e demanda do petróleo ainda estão no radar. Mais cedo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global do óleo bruto neste ano, em 1,3 milhão de barris por dia (bpd).
Por outro lado, o cartel elevou a previsão para o aumento da oferta do petróleo entre os países fora da Opep+ em 100 mil barris bpd neste ano, para 1 milhão de bpd. As maiores contribuições, segundo o grupo, devem vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.
Para 2026, a Opep também manteve a projeção de alta na demanda, em 1,4 milhão de bpd, segundo o relatório mensal divulgado quinta-feira (11). No lado da oferta, a projeção de 600 mil bpd foi reafirmada.
*Com informações de Reuters