Petróleo tem nova queda e atinge menor nível desde maio com temor sobre excesso de oferta

Os preços do petróleo terminaram a sessão desta segunda-feira (20) no menor nível em cinco meses com os investidores avaliando um possível excesso global, diante de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China que elevam as preocupações sobre uma desaceleração econômica e uma demanda por energia mais fraca.
Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para dezembro, encerraram com recuo de 0,46%, a US$ 61,01 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Esse é o menor nível desde maio.
Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para dezembro caíram 0,23%, a US$ 57,02 o barril, em New York Mercantile Exchange (Nymex).
O que derrubou o petróleo hoje?
Os investidores começaram a precificar um possível excesso de oferta do petróleo.
Os spreads de seis meses para o Brent e para o WTI mostram que os contratos para carregamento antecipado estão sendo negociados abaixo dos contratos para carregamento posterior, uma estrutura conhecida como contango — que incentiva os comerciantes a pagar pelo armazenamento de petróleo para que ele possa ser vendido a preços mais altos quando se espera que os suprimentos tenham diminuído no futuro.
O contango do Brent, que surgiu na quinta-feira (16) pela primeira vez desde uma breve aparição em maio, estava sendo negociado em sua maior amplitude desde dezembro de 2023.
Já o contango dos futuros do petróleo dos EUA surgiu na sexta-feira (18) pela primeira vez desde janeiro de 2024.
“Esses temores de excesso de oferta estão agora chegando ao mercado, especialmente em 2026. Começaremos a ver o aumento do armazenamento flutuante e o enchimento dos tanques internos”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital.
“Essa é uma narrativa de baixa real que não víamos há algum tempo”, acrescentou.
Tanto o Brent quanto o WTI caíram mais de 2% na semana passada, marcando sua terceira queda semanal consecutiva, em parte devido à perspectiva da Agência Internacional de Energia (AIE) de um crescente excesso de oferta em 2026.
Os contratos futuros dos dois petróleos de referência passaram a maior parte do ano na estrutura oposta, chamada de backwardation, em que os preços imediatos são negociados com um prêmio em relação à oferta posterior. Isso reflete uma percepção de oferta restrita no curto prazo e demanda sólida.
*Com informações de Reuters