Petróleo salta mais de 4% com novas sanções dos EUA à Rússia e temor de escalada da guerra na Ucrânia

Os preços do petróleo terminaram a sessão desta quarta-feira (22) com alta de mais de 2% com os investidores repercutindo a queda nos estoques nos Estados Unidos menor do que a esperada e a redução do comércio entre a Índia e a Rússia.
Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para dezembro, encerraram com avanço 2,07%, a US$ 62,59 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para novembro subiram 2,20%, a US$ 58,50 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), nos EUA.
Os ganhos, porém, foram estendidos após o fechamento regular dos mercados. No pregão eletrônico, os contratos futuros do Brent e do WTI chegaram a saltar mais de 4% em meio a rumores de que ataques à Rússia e uma nova rodada de retaliações dos Estados Unidos contra a China.
De acordo com o The Wall Street Journal, o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou uma restrição central sobre a Ucrânia, que impedia o uso de alguns mísseis de longo alcance providenciados por aliados Ocidentais, segundo autoridades do governo.
Isso permitiria a Kiev escalar seus ataques contra alvos em território da Rússia e amplia a pressão sobre o Kremlin.
A autoridade para apoiar esses ataques foi recentemente transferida do secretário da Guerra, Pete Hegseth, para o maior general dos EUA na Europa, Alexus Grynkewich, que também é comandante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ainda de acordo com o jornal.
No final da tarde, porém, Trump negou a autorização para o uso de mísseis de longo alcance pelas forças ucranianas. Em uma publicação na rede social Truth, o chefe da Casa Branca afirmou que os EUA “não tem nada a ver com esses mísseis, de onde quer que venham, ou com o que a Ucrânia faz com elas”.
Por outro lado, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que novas sanções “substanciais e potentes” contra a Rússia serão anunciadas em breve, em entrevista a Fox Business. “Uma das maiores sanções dos EUA à Rússia”, afirmou.
Ele ainda disse que Trump está “desapontado” com o presidente russo, Vladimir Putin, e com o andamento das negociações para um cessar-fogo na guerra na Ucrânia.
“Os EUA pedem aos aliados europeus e do G7, além do Canadá e da Austrália, que se juntem à pressão das sanções russas”, acrescentou Bessent.
Já nesta quarta-feira (22), o governo Trump impôs novas sanções às duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, citando “a falta de comprometimento sério da Rússia com um processo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia”.
O mercado também segue cauteloso com uma escalada de tensão entre os EUA e a China. Bessent afirmou que “tudo está sobre a mesa” em discussões comerciais com a China e que o país está considerando as respostas em potencial. “Estamos entrando nas negociações com boas intenções e muito respeito”, disse a jornalistas.
Mas, de acordo com a Reuters, o governo Trump impor restrições a exportações de produtos baseados em software para o país asiático, de laptops a motores a jato, para retaliar a última rodada de restrições de exportação de terras raras de Pequim.
*Com informações de CNBC e Reuters