Petróleo avança após entrada dos EUA no conflito do Oriente Médio; Irã avalia fechamento do Estreito de Ormuz

O preço do petróleo sobe mais de 1% nesta segunda-feira (23) após a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã.
Por volta das 8h25 (horário de Brasília), os contratos mais líquidos do Brent, referência internacional de preços, avançavam 1,23%, a US$ 76,42 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Já o contrato do WTI, referência no mercado dos EUA, para julho subiu 1,15%, a US$ 74,69 o barril na New York Mercantil Exchange (Nymex), nos EUA.
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O avanço da commodity reflete a preocupação dos mercados com a escala das tensões no Oriente Médio. O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou na noite de sábado (21) que havia se juntado a Israel em um ataques às instalações nucleares do Irã.
Em resposta, 0 Parlamento do Irã aprovou no domingo (22) o fechamento do Estreito de Ormuz – por onde passa cerca de 25% de toda produção global do produto – segundo veículos de imprensa locais. Vale lembrar que o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep.
A medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.
O Irã afirmou que o ataque dos EUA às suas instalações nucleares expandiu a gama de alvos legítimos para suas forças armadas e chamou Trump de “jogador” por se juntar à campanha militar de Israel contra a República Islâmica.
Ainda nesta segunda (23), as informações são de que Israel realizou novos ataques contra o Irã, incluindo a capital Teerã e a instalação nuclear iraniana de Fordow, que também foi alvo do ataque dos EUA.
Israel lançou sua guerra aérea, a maior já realizada contra o Irã, no dia 13 de junho, depois de dizer que concluiu que o Irã estava prestes a desenvolver uma arma nuclear.
O Irã nega a busca por armas nucleares e apontou seu direito à tecnologia nuclear para fins pacíficos, incluindo o enriquecimento, como parte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
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Preço do petróleo pode superar os US$ 100/ barril
Uma escalada mais ampla dos conflitos no Oriente Médio, com impactos diretos em rotas comerciais estratégicas e na infraestrutura regional de petróleo, pode fazer com que os preços do barril superem os US$ 100, segundo projeções mais pessimistas do Goldman Sachs.
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O cenário extremo, segundo o banco, envolve uma possível paralisação do fluxo de navios pelo Estreito de Ormuz, rota estratégica que escoa cerca de 20% de toda a produção mundial de petróleo.
“Embora o bloqueio total do Estreito ainda seja improvável, o mercado não descarta a possibilidade de uma disrupção prolongada, o que poderia gerar uma disparada imediata dos preços para além de US$ 100 por barril”, destaca o relatório assinado por Daan Struyven e equipe de commodities do Goldman Sachs, divulgado na última sexta-feira (13).
Em um cenário ameno, o preço pode chegar a US$ 90 por barril.