Petróleo

Petróleo dispara 10% na semana e governo Biden pressiona por lei ‘anti-Opep’

06 out 2022, 17:28 - atualizado em 06 out 2022, 17:28
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Pressão americana sobre produtores de petróleo pode afetar economia saudita (Imagem: Bandar Algaloud/Cortesia da Corte Real Saudita/Divulgação via REUTERS)

O corte de 2 milhões de barris anunciado pela Opep+ ainda reverbera nos mercados da commodity, que operam pelo terceiro dia seguido em alta. Na semana, o petróleo já acumula ganhos de 10%.

Por volta das 16h40, o WTI (referência americana) e o Brent (referência internacional) futuros operavam em alta, respectivamente, de 1,14% e 1,44%.

O petróleo tipo Brent, usada pela Petrobrás (PETR4) para determinar o preço dos combustíveis nas refinarias, volta a operar acima dos US$94/barril, no maior nível desde 31 de agosto.

Contra-ataque de Biden

A drástica decisão do cartel transbordou as linhas do mundo econômico. Horas após o fim da reunião em Viena (local onde se reúne a Opep+), Joe Biden foi ao púlpito dizer que estava decepcionado com a  visão de curto-prazo da organização, face a um impacto negativo continuado da invasão de Putin à Ucrânia.

Para além da retórica, o presidente americano pretende pressionar o Congresso americano para a aprovação de uma lei cujo objetivo é blindar a economia americana contra as decisões do grupo de produtores de petróleo.

O interesse do governo Biden na matéria é econômico, mas também eleitoral. Os Estados Unidos se aproximam das eleições de novembro, quando uma nova configuração do Congresso americano será definida.

A tradição e as pesquisas jogam contra o partido democrata, prevendo uma robusta vitória dos republicanos e a retomada do poder Legislativo pela oposição.

Novos aumentos no preço de combustível, ocasionados pela escalada do petróleo, podem ser a pá de cal nas esperanças eleitorais dos democratas em manter o controle de ambas as casas.

Entenda o que é a NOPEC

Em maio deste ano, o comitê judicial do Senado americano aprovou a NOPEC (No Oil Producing and Exporting Cartels Act). A provisão busca proteger os negócios e consumidores americanos de aumentos ‘artificiais’ de preço.

Para viabilizar este objetivo, a provisão ampliaria o poder da lei antitruste dos Estados Unidos, revoando a imunidade soberana que resguarda os governos e as empresas de países da Opep  de responderem legalmente em território americano. Ainda não é claro como o sistema judicial americano poderia garantir que a lei contrária a formação de trustes seja cumprida, quando o assunto são entes estrangeiros.

A NOPEC não é um projeto de lei exatamente novo. Na verdade, ela circula nos corredores do Congresso americano há mais de duas décadas, mas nunca conseguiu resistir às pressões de interesses opostos à medida. Além da forte representação contrária da Arábia Saudita em Washington, considerada uma aliada histórica dos EUA no Oriente Médio, a NOPEC encontra resistência entre as companhias de petróleo.

A alta do petróleo em 2022, que não encontra precedentes nos últimos 40 anos, pode mudar o clima e a disposição política para a aprovação da matéria.

Petroleiras internacionais operam em alta

A alta do petróleo ajudou as principais companhias de petróleo no pregão de hoje. Após o fechamento do mercado em Londres, a Shell (SHEL) caiu 2,80%.

Em Nova York, ExxonMobil (XOM) e Chevron (CVX) ganhavam, respectivamente, 2,91% e 1,77%.

A Petrobrás (PETR4) também acompanhou o movimento, subindo 3,53%.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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