Petróleo dispara com tensões geopolíticas e analista aponta preocupação com mercado norte-americano
O forte rali do petróleo e o aumento da volatilidade global voltaram a dominar o humor dos mercados nesta quinta-feira (24). Segundo Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, o movimento recente da commodity reflete o avanço das tensões geopolíticas.
No Giro do Mercado, apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o analista afirmou que as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia contra empresas russas e as incertezas em torno da guerra aumentam a aversão a risco
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“Além da guerra comercial e geopolítica, a gente acaba vendo muita volatilidade quando a gente fala dos mercados. Inclusive, o índice do medo estava subindo quase 2% na manhã de hoje”, disse.
Pacheco destacou que apesar das tensões, os principais índices norte-americanos acumulam ganhos entre 12% e 15% em 2025, impulsionados pelas empresas de tecnologia e pela retomada do apetite por risco.
“Depois daquele dia fatídico do ‘liberation day’, a gente teve uma recuperação vagarosa dos índices americanos, sempre calcados na inteligência artificial, nas big techs”, afirmou Pacheco.
No entanto, o analista lembrou que, embora a temporada de resultados tenha começado de forma positiva, com grandes bancos reportando lucros robustos, há pontos de atenção no mercado de crédito.
Ele destacou episódios que despertaram alerta, como o pedido de falência de uma financiadora de veículos e de uma fabricante de autopeças.
Segundo ele, os bancos maiores — como Morgan Stanley e Goldman Sachs — tiveram resultados melhores por conta da atuação em banco de investimento, enquanto os regionais sentiram mais os efeitos da deterioração no crédito automotivo.
“Os grandes bancos falam que tinha esse problema, mas não parecia ser algo muito sistêmico ainda”, disse.
Cenário negativo para Netflix (NFLX34) e Tesla (TSLA34)
Sobre a temporada de balanços, o analista comentou os resultados de Netflix (NFLX34) e Tesla (TSLA34). Segundo Pacheco, o que chamou atenção no balanço da gigante do streaming foi um fator negativo relacionado ao Brasil.
A empresa registrou lucro abaixo das expectativas após reconhecer uma despesa tributária de cerca de US$ 700 milhões. A ação sofreu uma queda de 10% na última sessão com um temor do mercado sobre uma eventual repetição do caso em outras jurisdições.
Apesar da queda, Pacheco acredita que o papel pode oferecer oportunidades em preços mais baixos.
“Eu adoro Netflix, acho que todo mundo que tem serviço de streaming vai ter Netflix em casa, mas a ação ainda pode ter uma entrada de preço melhor para comprar”.
Já sobre Tesla, Pacheco reforçou seu ceticismo com a ação. “Eu sou um pouco crítico com a ação de Tesla, dado que você está falando ainda de uma empresa fabricante de automóveis”, afirmou.
Ele ressaltou que, apesar de a companhia valer cerca de US$ 1,4 trilhão, sua principal fonte de receita ainda é a venda de carros, segmento sujeito à crescente concorrência.
Embora o resultado do trimestre tenha mostrado alta de 12% na receita total, o crescimento no segmento automotivo foi mais modesto, entre 5% e 6%. “No preço de Tesla hoje, me parece que já está muito precificado essa melhora de resultado”, afirmou Pacheco.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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