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Petróleo sobe com negociações comerciais EUA-China, mas cautela prevalece

07 jan 2019, 19:34 - atualizado em 07 jan 2019, 19:34

Por Investing.com – As negociações comerciais entre EUA e China, especulações sobre cortes na produção saudita e dados sugerindo que os estoques mais baixos nos EUA ajudaram o petróleo a aumentar os ganhos de 2019 na segunda-feira (07), apesar de a alta nos preços também mostrarem que os “touros” estão cautelosos.

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O petróleo bruto West Texas Intermediate valorizou 56 centavos, ou 1,2%, a US$ 48,52 por barril, após atingir a alta de US$ 49,79. O Brent, o índice de referência global negociado em Londres, registrou alta de 27 centavos de dólar, ou 0,5%, a US$ 57,33, após chegar a US$ 58,92 durante o dia.

Um artigo de opinião da Bloomberg alertou para um resultado mais provável se os preços do petróleo bruto chegassem a um nível muito mais elevado: os tweets do presidente Donald Trump tem como objetivo empurrar o mercado para baixo.

“(Trump) pode em breve ter que direcionar sua ira para os preços do petróleo e as ações de seu aliado, a Arábia Saudita, mais uma vez”, disse Julian Lee, um colunista de opinião da Bloomberg, enquanto a US West Texas Intermediate parecia pronta para romper a principal resistência de US$ 50 por barril em breve.

Lee observou que os sauditas começaram a entregar 1,2 milhão de barris por dia em cortes que o grupo da Opep +, que inclui a Rússia, prometeu e o presidente poderia responder negativamente ao boom de preços resultante se sentir que estava começando a pesar no crescimento econômico.

Jones citou autoridades da OPEP dizendo que a Arábia Saudita esperava obter US$ 80 de petróleo, reduzindo as exportações para 7,1 milhões de bpd, uma queda de 800 mil bpd em relação aos níveis de novembro. Mas o trader de petróleo bruto Samir Madani twittou que os sauditas estavam “parecendo muito desesperados” para empurrar o mercado para cima. “Não é um corte de exportação agressivo, já que as exportações tiveram uma média de 7,254 milhões de bpd durante 2018 por conta própria”, acrescentou Madani.

“A cautela parece ser o fator primordial, com os líbios voltando ao mercado em grande escala”, disse Tariq Zahir, da Tyche Capital Advisors, de Nova York. A Líbia pretende mais que dobrar sua produção de petróleo para 2,1 milhões de bpd até 2021, informou a Reuters.

Os EUA e a China deram início às negociações em Pequim hoje, primeira reunião desde que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping concordaram em dezembro com uma trégua de 90 dias em sua guerra comercial. Enquanto Wall Street estava em silêncio aguardando o resultado das negociações, os touros aplaudiram a notícia de que o vice-premiê chinês, Liu He, inesperadamente participou da abertura da reunião.

O otimismo está em alta nos mercados de ações desde sexta-feira, depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que ele será paciente com futuros aumentos, como Trump esperava que o banco central fizesse. Powell fez seus comentários depois de um forte relatório de empregos dos EUA para dezembro.

As negociações de petróleo na segunda-feira tiveram um novo impulso a partir de uma queda nas estimativas de estoque da WTI no centro de armazenamento de Cushing, que caiu 565.225 barris entre 1º de janeiro e 4 de janeiro, segundo dados privados vistos por traders.

Apesar disso, alguns analistas como Dominick Chirichella, diretor de risco e negociação do Energy Management Institute de Nova York, alertaram que “ainda é cedo demais para declarar que a tendência de baixa se inverteu”.

Os analistas da Goldman Sachs) preveem um preço de US$ 62,50 em 3 meses e US$ 67,50 em 6 meses para o Brent, contra a previsão anterior de US$ 70. Para o WTI, a projeção é de US$ 55,50 contra US$ 64,50 anteriormente. Os analistas do Goldman citam novos oleodutos que liberarão petróleo de xisto mais barato da Bacia do Permiano, além da redução da demanda chinesa, entre outros.

A primeira contração em 19 meses no Índice de Gerentes de Compras (PMI) da China em dezembro fortaleceu a crença de alguns economistas de que a segunda maior economia do mundo está se voltando para uma desaceleração. E apesar da sensação de bem-estar sobre as conversas entre EUA e China, alguns dizem que é prematuro concluir que é um acordo feito. Qualquer mudança na postura da China em relação às negociações comerciais seria volátil para as ações e, consequentemente, para os preços do petróleo.

investing@moneytimes.com.br