PetroReconcavo (RECV3) despenca quase 6% após balanço: “Operação decepcionou”, dizem analistas
As ações da PetroReconcavo (RECV) caem 5,67%, a R$ 11,81, às 13h30 desta sexta-feira (7) após a companhia ter publicado, na noite de ontem, seu resultado do terceiro trimestre de 2025 (3T25). Segundo analistas, uma decepção do lado operacional e os maiores gastos com investimentos são as principais explicações para o recuo.
“A PetroReconcavo apresentou resultados em linha, embora a qualidade operacional tenha decepcionado diante de uma produção levemente menor e custos de extração mais altos”, diz o analista Gustavo Cunha, do BTG Pactual.
Cunha destaca que o Ebitda, de R$ 350 milhões, foi amplamente em linha com as expectativas. No entanto, os custos vieram além do consenso do banco: os lifting costs subiram 12% trimestralmente, para US$ 15,5 o barril de óleo ou equivalente (boe), “devido a maiores custos associados a reparos de poços, maiores despesas operacionais relacionadas à integridade dos ativos e menores níveis de produção.
A produção média da PetroReconcavo foi de 26,4 mil barris de petróleo equivalente (“boe”) por dia, baixa de 3% em relação ao trimestre anterior. No Ativo Bahia, houve uma queda de produção decorrente do declínio do campo Tiê e no Potiguar, a falta de completações também levou a um recuo.
“O trimestre foi negativamente impactado por reparos de poços, despesas relacionadas à integridade e menor produção no campo de Tiê. Isso levou a uma queda de 3% na produção na base trimestral e a um aumento de 12% nos custos de extração”, afirma o time do Itaú BBA, encabeçado por Monique Greco.
PetroReconcavo gasta mais com capex
Os analistas do banco também chamaram a atenção para o capex, que permaneceu elevado. No ano, os gastos na frente já somam R$ 796 milhões, superando a estimativa da própria companhia.
“Desafios recentes na sustentação do crescimento da produção têm sido um tema recorrente nas discussões com investidores, e acreditamos que esse declínio sequencial deve pressionar as ações”, afirma o BBA.
A XP, por fim, menciona que as quedas do Ebitda e da receita (de R$ 786 milhões) na base anual já eram esperadas, por conta de menores vendas, do recuo do preço do petróleo e do real mais forte. No entanto, o fluxo de caixa foi pior do que o esperado, bem como a alta da dívida líquida.
“O FCF (não ajustado) da PetroReconcavo foi negativo em R$ 260 milhões devido à aquisição de ativos de midstream no Rio Grande do Norte, em uma joint venture com a Brava. Sem esse efeito, ele seria positivo de R$ 29 milhões, no breakeven”, aponta o time da corretora. “O 2T25 marcou um ponto de virada na tese de investimento da companhia — a PetroReconcavo aumentou o capex e passou de fluxo de caixa positivo para negativo”.
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A XP menciona que a razão por trás do maior capex é que a PetroReconcavo está alocando capital em perfurações profundas e horizontais para destravar valor de zonas de reservatórios ainda não exploradas.
O BTG Pactual tem recomendação de compra para a PetroReconcavo, com preço-alvo em R$ 19, assim como a XP, que tem alvo em R$ 15. O Itaú BBA está neutro, com alvo em R$ 16,50.