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Petz (PETZ3) e Cobasi defendem fusão perante o Cade e alegam perda de espaço para marketplaces

18 out 2025, 9:40 - atualizado em 18 out 2025, 9:40
petz cobasi
petz cobasi (Imagens: Reprodução Petz/Cobasi)

Petz (PETZ3) e Cobasi apresentaram, na tarde de sexta-feira (17), seus argumentos ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em defesa da fusão entre as duas companhias. A audiência pública reuniu representantes do setor pet, além de entidades e ONGs favoráveis e contrárias à operação.

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Os CEOs Sérgio Zimerman (Petz) e Paulo Nassar (Cobasi) centraram scuas falas na pressão competitiva dos marketplaces e no aumento da concorrência digital.

Nassar, cofundador da Cobasi, afirmou que a união das empresas resultaria em cerca de 10% de participação de mercado — percentual que, segundo ele, está longe de configurar monopólio. “O varejo pet é extremamente pulverizado e fragmentado. Dizer que haverá concentração é uma distorção da realidade”, argumentou.

Ele acrescentou que a integração deve reduzir custos e, consequentemente, beneficiar o consumidor.

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O executivo destacou ainda que as duas redes enfrentam forte concorrência de plataformas como Amazon, Shopee, Mercado Livre, Magalu e Petlove, além de pet shops locais, supermercados e agrolojas. “O comércio eletrônico se tornou um vetor importante de pressão competitiva, e a fusão visa ampliar nossa presença física e digital”, disse.

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Zimerman, da Petz, reforçou que a operação busca recuperar relevância em um mercado cada vez mais acirrado. Ele lembrou que a empresa chegou a valer R$ 12 bilhões em 2021, mas hoje é avaliada em cerca de R$ 1,7 bilhão. O executivo também mencionou que até o CEO da Petlove reconheceu publicamente que a fusão não representaria risco competitivo.

“O mercado de marketplaces é feroz: um reduz o valor mínimo do frete, outro oferece entrega gratuita. Isso impacta todo o varejo, inclusive o pet”, afirmou. Zimerman ainda rebateu críticas sobre possíveis impactos negativos à causa animal, destacando que a proteção aos pets “faz parte do DNA” das duas companhias.

Petlove critica fusão e alerta para barreiras de entrada

A Petlove, que participa do processo como terceira interessada, sustentou que Petz e Cobasi são concorrentes diretas e que sua fusão criaria uma gigante com forte poder de mercado.

O advogado Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo, representante da empresa, afirmou que o setor já apresenta barreiras de entrada elevadas e que a integração agravaria essa situação.

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Segundo ele, a nova companhia teria força de marca, programas de fidelidade robustos e poder de compra suficiente para dominar fornecedores e clientes, tornando o mercado “cada vez menos contestável”.

O pesquisador Vitor Morais de Andrade, do Instituto de Pesquisas e Estudos da Sociedade e Consumo, alertou para um possível impacto social, argumentando que o aumento de preços poderia levar ao abandono de animais.

“A fusão elimina a rivalidade existente e cria barreiras para novos entrantes. Sem concorrência, o aumento de preço é inevitável”, afirmou.

Por outro lado, ONGs e defensores da causa animal presentes na audiência manifestaram apoio à operação, mencionando os projetos de adoção e bem-estar animal desenvolvidos pelas duas redes.

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Heleana Konieczna, vice-presidente da Associação e Projeto Social Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC), disse que a união “pode ampliar o alcance das iniciativas e trazer benefícios se for conduzida com responsabilidade”.

A diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente, Vanessa Negrini, adotou tom mais cauteloso. Ela propôs que, caso a fusão seja aprovada, o Cade implemente mecanismos de monitoramento de preços e preserve a diversidade de fornecedores, garantindo acesso aos consumidores de baixa renda.

A fusão, que criaria uma empresa com faturamento anual estimado em R$ 7 bilhões, foi aprovada sem restrições pela Superintendência-Geral do Cade em junho. No entanto, após recurso da Petlove, o conselho solicitou em setembro a elaboração de um estudo econômico sobre a estrutura competitiva do setor pet no Brasil.

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seudinheiro@moneytimes.com.br
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