PGR denuncia Eduardo Bolsonaro por coação no processo que condenou Jair Bolsonaro por tentativa de golpe

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou nesta segunda-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação no processo que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro à condenação por tentativa de golpe de Estado, segundo comunicado da PGR.
Gonet também acusou criminalmente o blogueiro Paulo Figueiredo Filho.
“A imputação é de que os denunciados articularam sucessivas ações voltadas a intervir nos processos judiciais para beneficiar Jair Messias Bolsonaro e o próprio Paulo Renato Figueiredo Filho”, disse a nota da PGR.
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“O documento aponta acervo probatório, composto por declarações públicas dos próprios denunciados em suas redes sociais, bem como por dados extraídos de aparelhos celulares apreendidos no âmbito de medidas cautelares autorizadas pelo STF”, destacou a comunicação.
Em nota, Eduardo Bolsonaro e Figueiredo disseram ter tomado conhecimento da denúncia pela imprensa e a classificaram de “fajuta”, acrescentando que foi elaborada pelos “lacaios de Alexandre de Moraes na PGR”.
“O momento da publicação, logo após novas sanções dos EUA, evidencia a perseguição política em curso. Mas é uma perda de tempo: não nos intimidaremos. Pelo contrário, isso apenas reforça o que temos afirmado repetidamente — que a anistia ampla, geral e irrestrita é o único caminho para o Brasil. Meias-medidas apenas agravarão o problema”, afirmaram.
“Aguardaremos, muito pacientemente, a comunicação do processo pelas vias legais competentes entre Brasil e Estados Unidos para nos manifestarmos formalmente.”
O anúncio da denúncia da PGR veio pouco depois de o Departamento do Tesouro dos EUA anunciar a imposição de sanções sob a Lei Magnitsky contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no qual Bolsonaro foi condenado.
Tanto Eduardo quanto Figueiredo são acusados de articular, a partir dos Estados Unidos, sanções a ministros do STF e outras pessoas próximas para pressionar contra o avanço do processo que acarretou a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.
Bolsonaro teve prisão domiciliar decretada no fim do mês passado por Moraes, que entendeu que o ex-presidente descumpriu reiteradamente medidas cautelares impostas a ele.