Brasil

Economia brasileira cresce 1% no 1º trimestre, impulsionada pelo setor de serviços

02 jun 2022, 9:02 - atualizado em 02 jun 2022, 9:35
Comércio Consumo Serviços
Consumo das famílias cresceu 0,7% no primeiro trimestre, enquanto o do governo ficou estável.(Imagem: Agência Brasil/Tomaz Silva)

O PIB do Brasil registrou crescimento de 1% no trimestre encerrado em março de 2022, na comparação com o quarto trimestre do ano anterior, informou o IBGE nesta quinta-feira (2).

Frente ao mesmo trimestre de 2021, a economia brasileira apresentou crescimento de 1,7%, de acordo com o instituto.

Analistas esperavam alta de 1,2% na comparação com o trimestre anterior e de 2,1% em termos anuais.

O mercado passou a elevar as projeções para a expansão no ano após surpresas positivas em dados como vendas no varejo nos meses anteriores.

Segundo o IBGE, no acumulado nos quatro trimestres, terminados em março de 2022, o PIB cresceu 4,7%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

O PIB, que é a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,249 trilhões em valores correntes.

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Impulso dos serviços

De acordo com o IBGE, o crescimento da economia sobre o trimestre imediatamente anterior foi puxado pela alta nos serviços (1,0%), que representam 70% do PIB do país.

A coordenadora de contas nacionais do instituto, Rebeca Palis, explica que, dentro dos serviços, o maior crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre.

A linha comporta atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. “Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, diz Palis.

Ainda dentro dos serviços, houve crescimento de 2,1% em Transporte, armazenagem e correio. Houve aumento do transporte de cargas, relacionado ao aumento do e-commerce no país nesse período, e do de passageiros, principalmente pelo aumento das viagens aéreas – outra demanda represada na pandemia.

A agropecuária recuou 0,9% no primeiro trimestre, impactada principalmente pela estiagem no Sul, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira, conforme o IBGE.

Na Indústria, houve estabilidade (0,1%). O maior avanço nas atividades industriais veio de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,6%) e a única queda foi das Indústrias Extrativas (-3,4%).

“Essa atividade puxou o resultado para baixo, e sua queda se deve especialmente à produção de minério de ferro, que caiu bastante. Como a Indústria da Transformação teve alta (1,4%) e tem bastante peso no grupo, isso equilibrou o resultado da Indústria”, diz a coordenadora de contas do IBGE.

Consumo das famílias cresce 0,7%

O consumo das famílias cresceu 0,7% no primeiro trimestre, enquanto o do governo ficou estável (0,1%). “No consumo das famílias, a demanda também está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens”, conta Palis.

Já os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) caíram 3,5%.

A queda, diz o IBGE, foi reflexo da diminuição na produção e importação de bens de capital, apesar de a construção ter crescido no período”, explica.

No primeiro trimestre, a taxa de investimento foi de 18,7% do PIB, ficando abaixo da registrada no mesmo período do ano passado (19,7%).

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.