Internacional

PIB da China cresce 5,2% no 2º trimestre e supera previsão do mercado

15 jul 2025, 5:19 - atualizado em 15 jul 2025, 5:24
China
Meta do governo da China é de crescimento de 5% no PIB deste ano (Imagem: REUTERS/Thomas Peter)

A economia da China cresceu em um ritmo ligeiramente mais rápido do que o esperado no segundo trimestre, demonstrando resiliência diante das tarifas dos Estados Unidos, embora analistas alertem para ventos contrários cada vez mais fortes, que aumentarão a pressão sobre os formuladores de políticas para lançar mais estímulos.

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Dados divulgados nesta terça-feira pelo Escritório Nacional de Estatística mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% no trimestre de abril a junho em relação ao ano anterior, desacelerando em relação aos 5,4% do primeiro trimestre, mas ligeiramente acima da expectativa dos analistas consultados pela Reuters, que previam alta de 5,1%.

“As vendas no varejo e os investimentos ficaram abaixo do esperado, mas a produção industrial surpreendeu positivamente, então os formuladores de políticas provavelmente estão satisfeitos com o resultado geral”, afirmou Ben Bennett, chefe de estratégia de investimentos para a Ásia, L&G Asset Management, Hong Kong.

Segundo ele, alguns investidores podem se decepcionar pelos números não sinalizar necessidade de estímulos imediatos por parte do governo chinês. “As tarifas dos EUA continuam sendo um grande obstáculo, mas as autoridades chinesas não sentirão a necessidade de compensar isso se o crescimento econômico continuar forte.”

De acordo com Lisheng Wang, economista para a China do Goldman Sachs, os dados do PIB do segundo trimestre tiram a urgência por novas políticas de estímulos significativos e amplos na reunião do Politburo em julho.

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“Em vez disso, esperamos um alívio incremental e direcionado para conter a desaceleração no setor imobiliário e mitigar pressões no mercado de trabalho no 2º semestre.”

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Meta anual possível

Os líderes chineses estabeleceram uma meta de crescimento de 5% para este ano, em linha com o crescimento do ano passado. Com a guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, dúvidas sobre a possibilidade de se alcançar o PIB previsto foram criadas, gerando turbulências no mercado no primeiro semestre.

“De modo geral, com políticas macroeconômicas mais proativas e eficazes entrando em vigor, a economia nacional manteve um crescimento estável com bom impulso, demonstrando forte resiliência e vitalidade,” disse o relatório do Departamento Nacional de Estatísticas chinês.

Para o economista-chefe do banco AMP, Shane Oliver, o resultado não é fantástico, mas a economia está crescendo e as autoridades chineses devem manter apenas o necessário para seguir esse ritmo.

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“No geral, está tudo bem, é suficiente para manter a economia crescendo perto da meta de 5%”, disse Oliver.

A economia está crescendo, mas não é algo fantástico — ainda assim, é crescimento, e acredito que, do ponto de vista da política econômica, as autoridades continuarão fazendo apenas o necessário para manter a economia funcionando, sem fazer mais do que isso.”

Dan Wang, do Eurasia Group, apontou aspectos negativos dos dados do PIB chinês divulgados nesta terça-feira, com a produção industrial sendo ainda o principal motor do crescimento, sem gerar empregos por sseu alto nível de automação.

“O crescimento no 3º trimestre está em risco sem estímulos fiscais mais fortes. O consumo está mais fraco do que o esperado, com o impulso do programa de troca de bens usados perdendo força. O setor imobiliário continua sendo um peso, com baixo volume de transações”, afirma.

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Com informações Reuters

 

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fernando.antunes.ext@moneytimes.com.br