Comprar ou vender?

Plano de digitalização do Itaú é notável no papel. Mas será, também, na prática?

30 nov 2020, 17:27 - atualizado em 30 nov 2020, 17:29
Itaú Unibanco
Cara nova: Itaú migrará área estratégica para nuvem da Amazon (Imagem: LinkedIn/ Itaú Unibanco)

O Itaú Unibanco (ITUB4) atraiu a atenção do mercado com um plano ousado para migrar seus negócios para o mundo digital. Em vez de construir uma operação paralela, como o Bradesco (BBDC4) e seu banco digital Next, o Itaú decidiu digitalizar a si mesmo.

O primeiro passo foi a assinatura de um acordo com a Amazon. O contrato de dez anos prevê a migração de todos os sistemas de tecnologia da informação do Itaú Unibanco para a nuvem mantida pela gigante americana de e-commerce e serviços de TI.

Considerando-se que, nos dias de hoje, a área de tecnologia é uma peça fundamental para o sucesso de qualquer banco, a tarefa é gigantesca. Para começar, os códigos de todos os seus sistemas terão de ser reescritos para se adequarem à vida na nuvem. Cerca de 1,3 mil profissionais de TI do Itaú já foram treinados para a tarefa.

Passo necessário

Apesar de ser uma tarefa colossal, o plano do Itaú foi bem recebido pelos analistas do BTG Pactual (BPAC11). Eduardo Rosman e Thomas Peredo, que assinam o relatório sobre o assunto, afirmam que “este é um importante movimento, alinhado à estratégia do Itaú de transformar digitalmente a si mesmo”.

Sobre as potenciais vantagens dessa estratégia, o BTG cita uma entrevista de Ricardo Guerra, líder de TI do Itaú, ao jornal Valor Econômico. Nela, o executivo lista, entre outros ganhos da digitalização, a maior rapidez no desenvolvimento de produtos e serviços e uma melhor organização do banco de dados.

O BTG também resgata uma conversa que manteve com Milton Maluhy, ainda como diretor financeiro do Itaú e antes, portanto, de ser nomeado o sucessor de Cândido Bracher como CEO. Naquela ocasião, Maluhy explicou que o Itaú precisa mudar seu modo de pensar a organização, corrigir os antigos sistemas de TI, buscar tecnologia de ponta e investir na nuvem para atender rapidamente os clientes.

Hora H

Após ponderar que a digitalização é “muito mais que apenas consertar sistemas antigos”, o BTG Pactual afirma que “parece caminhar na direção correta e tomar as decisões certas para transformar o banco de dentro para fora”.

A preocupação, agora, é com a capacidade de tirar os planos do papel e reinventar, na prática, o Itaú. “Agora, precisamos saber se eles também se destacarão na execução e quando será possível ver os resultados de modo claro”, concluem os analistas.

O BTG Pactual reforçou sua recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 34 para os próximos 12 meses. O valor embute uma alta potencial de 17,4% sobre a cotação usada como referência pelos analistas.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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