Entrevista

Plano de voo é manter a Selic em 15% por bastante tempo, mas cortes não estão descartados, diz economista-chefe da Galapagos

17 set 2025, 20:10 - atualizado em 17 set 2025, 20:21
banco central copom selic
Copom manteve a Selic estável em 15%. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O Banco Central sinalizou, novamente, que o “plano de voo” é manter a Selic em níveis elevados por um período prolongado, afirma a economista-chefe da Galapagos, Tatiana Pinheiro. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa em 15% na reunião desta quarta-feira (17).

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A avaliação é de que a manutenção dos juros é necessária para assegurar a convergência da inflação à meta e controlar a atividade econômica.

Segundo a economista, em entrevista ao Money Times, o comunicado mantém um tom duro, já colocado na reunião passada.

O Comitê manteve a menção ao “patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado” e a possibilidade de “retomar o ciclo de ajuste”, consolidando a percepção de que a taxa não será cortada imediatamente.

“Enquanto ele mantiver essa sinalização dura, mais afastada fica essa precificação do mercado do corte de juros. Isso ajuda o Banco Central a realmente desinflar a economia”, diz Pinheiro.

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Ela aponta, no entanto, que novas mudanças dos juros dependerão da evolução do cenário econômico, com a menção de que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados”.

“A sinalização está dada: o plano de voo é manter essa taxa de juros ao patamar atual por bastante tempo. Mas também há a sinalização de que eles avaliam o cenário de reunião a reunião”, afirma a economista.

A expectativa da Galapagos é de que o início de cortes de juros comece em dezembro deste ano. A economista vê uma acentuação do esfriamento da atividade econômica nos próximos meses e apreciação do câmbio.

“Isso vai compor um cenário diferente, a ponto de que os 9,5% de taxa de juros não serão mais necessários”. “O Banco Central vai discutir, no final do ano, qual o grau de aperto monetário necessário.”

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Para ela, o cenário internacional, incluindo cortes de juros nos Estados Unidos, pode ajudar a flexibilizar a política monetária local, mas não é determinante. O fator mais relevante continua sendo a trajetória da inflação, que, embora esteja em queda, precisa se consolidar.

A política fiscal no Brasil com comportamento mais comedido também contribui para esse ambiente.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.