Plano Safra 25/26: CNA vê recursos aquém do necessário; ‘Há um descaso com o seguro rural’

O diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, disse que os recursos do Plano Safra 2025/2026, tanto para agricultura familiar como empresarial, não respondem à altura a importância estratégica que a agricultura tem para o Brasil.
“Os valores anunciados ficaram bem abaixo até mesmo da inflação, ficando menores quando corrigidos. Por exemplo, para agricultura familiar, os recursos cresceram 3% e para empresarial, houve um aumento de 1,5%. Se considerarmos uma inflação de 5,32% no período, eles ficam abaixo da inflação e abaixo do que o setor pleiteou”.
Lucchi, que também lamentou as maiores taxas de juros para importantes linhas de financiamento, reforçou que o grande problema foi o “descaso com o seguro rural”.
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“Não foi anunciado nada do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), onde tínhamos R$ 1,06 bilhão no início de 2025 e que tivemos um corte e um congelamento em torno de R$ 435 milhões para esse ano. Ou seja, nós corremos o risco de ter uma área segurada em torno de 4 milhões de hectares. Isso expõe os produtores e coloca eles em risco pelas mudanças do clima.
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) também teve redução dos limites de enquadramento de R$ 325 mil para R$ 250 mil no ano passado e, agora, para R$ 200 mil.
“Esse produtor que está acima de R$ 200 mil, ele tem por obrigação ter uma contratação de uma política de gestão de risco. Porém, ele não é mais enquadrado no Proagro e dificilmente ele vai conseguir um recurso no PSR, o que gera dificuldade para acessar o crédito e faz com que os recursos não chegue nas mãos dos produtores por ações como essa. Mais do que nunca, precisaríamos de um Plano Safra robusto para que o produtor seguisse investindo e produzindo. Nesse cenário adverso, estamos preocupados sobre a condução da próxima safra”.