Planos de saúde ficam até 6% mais caros; reajuste supera a inflação

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu nesta segunda-feira (23) que os planos de saúde individuais ou familiares terão reajuste de até 6,06% em 2025. O reajuste é o menor dos últimos anos — não havia um percentual tão baixo desde 2008, quando o aumento foi de 5,48%.
No entanto, o teto da elevação de preços supera o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação do país. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,32%.
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A decisão da ANS é retroativa a 1º de maio, mas só é aplicada na data de aniversário da contratação dos planos. O reajuste deve atingir cerca de 8,6 milhões de consumidores — cerca de 16,5% do total de brasileiros, que contam com planos individuais ou familiares.
“O reajuste definido pela ANS leva em conta o aumento das despesas assistenciais das operadoras em relação aos atendimentos realizados em 2024. Isso inclui tanto o custo dos procedimentos quanto a frequência com que os beneficiários utilizaram os serviços” diz Carla Soares, diretora-presidente interina da ANS.
A agência reguladora considera no cálculo do reajuste do setor a variação de custos médico-hospitalares nos últimos 12 meses e também o IPCA, porém descontando da inflação o subitem plano de saúde.
Segundo a ANS, o IPCA tem peso de 20%, enquanto o Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA), pesa 80%. O índice reflete a variação das despesas com atendimento aos beneficiários de planos de saúde
Apesar da decisão se restringir apenas aos planos individuais, o reajuste serve como um parâmetro de referência para o aumento dos planos coletivos empresariais. A alta para esse tipo de contrato é normalmente superior. No ano passado, enquanto os planos individuais subiram até 6,9%, a média de reajuste dos contratos coletivos foi de 13,8%.
Além do reajuste anual definido pela ANS, o consumidor pode sofrer com uma elevação de preços ainda maior em caso de mudança de faixa etária definida pelo plano, levando a duas altas no ano.
“Nosso objetivo é garantir equilíbrio ao sistema: proteger o consumidor de aumentos abusivos e, ao mesmo tempo, assegurar a sustentabilidade do setor”, afirma Soares.
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