Economia

Política monetária aumentou a felicidade dos britânicos, diz BC

10 jul 2020, 17:42 - atualizado em 10 jul 2020, 17:42
BoE Banco da Inglaterra Londres Reino Unido
Pessoas e famílias mais velhas dependentes de poupança eram mais propensas a vivenciar uma piora (Imagem: Reuters/Henry Nicholls

As decisões de política monetária podem fazer alguém se sentir mais rico se as prestações de financiamento imobiliário diminuírem após um corte de juros ou se sentir mais pobre se sua poupança passar a render menos.

Dificilmente as pessoas param para pensar se sua felicidade é maior por causa disso, mas, segundo o Banco da Inglaterra, foi o que aconteceu no período recente.

A maioria das famílias do Reino Unido sofreu “impacto positivo e significativo” a partir da flexibilização da política monetária ocorrida entre o final de 2007 e 2014, concluiu um estudo realizado pela equipe do banco central britânico que inclui o economista-chefe, Andy Haldane.

A avaliação foi feita em relação a um cenário alternativo de nenhuma reação das autoridades à crise financeira.

Apesar de o nível geral de bem-estar ter diminuído após a crise, a política monetária atenuou essa queda, principalmente por meio de canais não financeiros — em vez de efeitos de renda e riqueza.

Desemprego menor e dificuldades financeiras menores do que teriam ocorrido sem essa atuação representam 80% do benefício, enquanto os aumentos na renda familiar foram os principais responsáveis pelo resto do ganho.

Embora as medidas do Banco da Inglaterra naqueles anos tenham sido acusadas de ampliar a desigualdade e potencialmente beneficiar a população mais velha ao inflar os preços dos ativos, o estudo concluiu que jovens com empregos menos seguros colheram os ganhos.

Pessoas e famílias mais velhas dependentes de poupança eram mais propensas a vivenciar uma piora, porém os economistas entendem que o número de famílias nessa situação era pequeno e a escala de suas perdas também foi limitada.

No entanto, as pessoas que saíram ganhando dificilmente agradeceriam o banco central devido à falta de entendimento sobre o impacto da política monetária, concluiu o relatório.

Além disso, seu foco no período de crise significa que os resultados não seriam necessariamente replicados durante o ciclo econômico convencional. Mas o método pode ajudar a avaliar as implicações das medidas tomadas durante a pandemia de Covid-19 para o bem-estar da população.

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