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Por que a ação da Ultrapar despencou? Pergunta lá no posto Ipiranga

03 maio 2018, 22:15 - atualizado em 03 maio 2018, 22:17
Ipiranga
Se a Ultrapar vai se recuperar, ou não, esta é uma pergunta que só o posto Ipiranga pode responder

As ações da Ultrapar (UGPA3) lideraram o lado negativo do Ibovespa nesta quinta-feira (3) com uma expressiva desvalorização de 10,16%, negociadas em torno de R$ 54,01. O desempenho é reflexo direto do resultado do primeiro trimestre de 2018, que apresentou queda de 79% no lucro líquido, para R$ 73 milhões. A empresa explica que o resultado também sofreu um impacto importante da multa contratual relacionada à aquisição da Liquigás no valor de R$ 286 milhões.

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Apesar disso, a rede Ipiranga registrou uma queda de 2% no volume em relação ao ano anterior. O lucro operacional ficou em R$ 585 milhões, queda de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente em função do menor volume vendido, do ambiente competitivo ainda pressionado e do maior patamar de despesas, incluindo as despesas com indenização na nova empresa de lubrificantes, Iconic.

O volume de combustível importado pelo mercado é visto como “alto” pela empresa

“Até quando? O ponto de inflexão está próximo? Essa é a questão que os participantes do mercado têm se perguntado. No entanto, tememos que a Ultrapar fique novamente aquém das expectativas para o ano. Particularmente no caso da Ipiranga, quando começamos a nos perguntar se será capaz de crescer o Ebitda”, questiona o analista do Credit Suisse Regis Cardoso. Ele cortou o preço-alvo para os papéis de R$ 89 para R$ 77.

Para a Guide Investimentos, não há nenhum ponto de inflexão no curto prazo. “Embora o resultado de 2018 deva apresentar alguma melhora na margem, em linha com a recuperação do PIB do Brasil e estratégia mais agressiva nos investimentos para a abertura de novos postos de combustíveis, acreditamos que essas perspectivas sólidas já estão precificadas pelo mercado”, ressalta o relatório divulgado nesta manhã.

O Credit Suisse destaca que as importações desempenharam um papel importante no resultado decepcionante, mas, neste ponto, as crenças não são boas o suficiente. “O mercado quer ver os fatos, em dados concretos, e preferimos ficar à margem do caso de investimento da Ultrapar até que possamos ver evidências claras de recuperação”, pontua Cardoso.

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Já analista do Santander Christian Audi, que reforçou o preço-alvo de R$ 83, destaca que embora a companhia tenha sido afetada por uma recuperação econômica mais lenta do que o esperado no acumulado do ano, “ainda é possível esperar uma melhora anual nos resultados operacionais apenas no segundo semestre de 2018”.

Se a Ultrapar vai se recuperar, ou não, esta é uma pergunta que só o posto Ipiranga pode responder.

Atualizado às 16h55 para correção do preço-alvo do Santander de R$ 25 para R$ 83.

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Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
gustavo.kahil@moneytimes.com.br
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.