Petróleo

Por que a reabertura da China pode ser um revés para o bolso do consumidor brasileiro

24 jan 2023, 16:38 - atualizado em 24 jan 2023, 17:32
Gasolina
Aumentos no preço dos combustíveis podem se tornar mais frequentes, à medida que a economia chinesa reaquece  (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

O que era mera possibilidade há dois meses tornou-se realidade na China. A comemoração do Ano Novo Lunar inaugura a reabertura da segunda economia do mundo após dois anos de restrições causadas pela Covid Zero’.

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Bares, restaurantes e outros serviços relacionados à recuperação da mobilidade da população local já registram um sobressalto na demanda durante o feriado de uma semana. É o caso também do setor aéreo, que comemorou um aumento de até 76% nas reservas de passagens ainda no primeiro dia de comemorações.

Esse novo momento para a China respinga também nos mercados de petróleo, que, desde o início do ano, testemunharam um forte rali de compra, alcançado o preço do Brent e do óleo cru à máxima de quase dois meses.

Nesta terça-feira, o Brent e o WTI (óleo cru produzido nos EUA) operam marginalmente em baixa, aos US$ 88 e US$ 80 por barril, respectivamente.

Mas, se o reaquecimento da economia chinesa representa uma boa notícia para as exportações brasileiras de minério e commodities agrícolas, para o consumo doméstico dos derivados de petróleo, ela pode representar um repique inflacionário ao longo de 2023.

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Um primeiro sinal de que esse fenômeno já esteja se manifestando foi o anúncio de reajuste de 7,46 % do preço da gasolina, que foi anunciado hoje pela Petrobras (PETR4).

Com isso, o preço médio da gasolina vendida às distribuidoras passará para 3,31 reais por litro, um aumento de 23 centavos por litro.

A medida tenta responder a um aumento da defasagem do preço de importação dos combustíveis. Segundo cálculo Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina estava apresentando uma defasagem de 14%, enquanto o diesel S-10 puro tem defasagem de 9%.

Além da alta de preços puxado pela perspectiva de aumento de demanda, o consumidor brasileiro fica sujeito ao risco fiscal e político que pode suportar novos ralis de compra para o dólar americano.

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China deve impulsionar consumo global de 101.7 mi de barris por dia em 2023

Em análise baseada em dados de importação, produção doméstica e taxa de refinamento, o especialista em commodities da Reuters Clyde Russell sugere que a China já realizou o aumento do seu estoque de petróleo, principalmente nos últimos trimestres do ano passado.

Ainda que embasado por especulação, afinal a China não faz a divulgação do seu inventário de petróleo, os dados analisados podem sugerir que as refinarias do país possam estar se preparando para um aumento da demanda por combustível.

Corrobora a leitura a liberação de uma grande quantidade de licenças de importação para que refinarias independentes (não controladas pelo governo) aumentem a compra de óleo cru estrangeiro.

O quadro de recuperação da demanda por petróleo para a China também é peça central na análise da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e para a Opep+, que disseram, em seus respectivos relatórios mensais, esperar uma aumento do consumo por combustível no principal importador do mundo.

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A expectativa da IEA é que a reabertura chinesa dirija o consumo global de petróleo par ao patamar de 101.7 milhões de barris por dia (bpd), um aumento de 1,9 milhões bpd em relação a 2022. Há a possibilidade que o país responda por até metade desse aumento.

Além da suspensão das restrições, contribui para o reaquecimento da economia chinesa os pacotes de estímulo fiscal e econômico apresentados pelo governo, sobretudo, com relação ao setor manufatureiro, de construção e de transportes.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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