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Por que analistas colocaram Americanas (AMER3) sob revisão e driblaram corte de recomendação

13 jan 2023, 11:46 - atualizado em 13 jan 2023, 11:46
ações americanas
Americanas viu suas ações derreterem mais de 70% nesta quinta (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

O tombo de mais de 70% das ações da Americanas (AMER3) nesta quinta-feira (12) foi a resposta do mercado para o anúncio de inconsistências contábeis e a renúncia de Sergio Rial ao cargo de CEO da companhia.

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Os papéis da varejista ficaram praticamente o pregão inteiro voltando a leilão. A companhia chegou a ter as negociações suspensas no início da tarde, quando divulgou um fato relevante para explicar que, em teleconferência com Rial, houve um problema técnico e o evento não foi gravado.

Rial se reuniu com analistas do mercado para esclarecer a notícia de que foram encontradas inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta de fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o exercício de 2022, no valor aproximado de R$ 20 bilhões.

Entre as inconsistências, há a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima nas quais a companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras, explicou a Americanas ao mercado.

Apesar de Rial “assegurar” que os R$ 20 bilhões se encontram dentro do balanço, mas inseridos nas linhas erradas, os investidores correram para longe da ação. No caso de bancos e corretoras, o pânico não chegou a um corte em massa de recomendação, embora várias atualizações tenham sido realizadas.

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Diferentemente do episódio do Bradesco (BBDC4), que viu suas ações serem rebaixadas por diversas casas após a divulgação de resultados decepcionantes no terceiro trimestre do ano passado, a Americanas sofreu cortes pontuais (ao menos, até o momento).

A Genial Investimentos passou de “compra” para “venda” logo de cara, cortando na mesma ocasião o preço-alvo, de R$ 28,40 para R$ 9,40 ao fim de 2023.

Porém, entre as casas que atualizaram suas teses de investimento para Americanas, a maioria colocou o papel sob revisão.

À espera de mais clareza

BTG Pactual, XP Investimentos, Morgan Stanley, Safra, Itaú BBA e Bradesco BBI colocaram as ações da Americanas em revisão, com todos citando a falta de mais informações sobre o episódio.

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O Morgan Stanley fala de “visibilidade limitada”, enquanto a XP avalia que, mesmo depois da reunião com a companhia e com os esclarecimentos dados, faltam detalhes do impacto financeiro nos números da companhia, que só devem ser publicados depois do processo de auditoria.

A XP acrescenta que o acontecimento só adiciona mais riscos e incertezas à tese de investimento da varejista.

Para o time de análise do Bradesco BBI, que também mencionou a falta de detalhes, as inconsistências contábeis detectadas no balanço da Americanas são consideráveis e sem precedentes.

O que pensam os analistas que mantiveram recomendação

Outras instituições optaram por seguir com suas recomendações (que não são das mais otimistas) para a Americanas.

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É o caso do JPMorgan, que tem classificação de “underweight”, equivalente a “venda”, e do BB Investimentos, que também reiterou a venda dos papéis.

O BB reforça que sua recomendação de venda não está ligada à notícia de inconsistências contábeis, e sim ao processo de turnaround, combinado a um cenário macroeconômico adverso ao varejo.

Porém, a instituição reconhece que a irregularidade alimenta mais a percepção negativa sobre a Americanas, “diante das incertezas que são trazidas por conta da necessidade de reapresentação dos demonstrativos financeiros, o que impactará a modelagem financeira e seu valor justo, além da falta de transparência que traz impactos adicionais aos minoritários”.

O Goldman Sachs também tem recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 10.

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No caso de Citi, a recomendação segue “neutra”. É a mesma indicação do Inter Research, que, além do rating, manteve o preço-alvo de R$ 3,80 ao fim de 2023.

Na avaliação do Inter, a Americanas enfrenta agora um desafio ainda maior.

“Os velhos problemas [ineficiência das lojas físicas, nível de ruptura e fraca performance do canal online 1P] continuam, além da visibilidade limitada sobre a extensão dessas inconsistências contábeis e da perda de um CEO ímpar”, comenta o analista Breno de Paula.

Em movimento de recuperação, as ações da Americanas subiam mais de 11% por volta das 11h35 nesta sexta (13), negociadas a R$ 3,04.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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