Internacional

Por que ata do Fed não caiu bem para os mercados?

22 maio 2024, 17:33 - atualizado em 22 maio 2024, 17:33
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Apesar de consenso na manutenção das taxas de juros, participantes do Fed citaram possibilidade de restrição na política monetária (Imagem: Federal Reserve/ Flickr)

O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos (EUA), divulgou nesta quarta-feira (22) a ata da sua última reunião, que manteu inalteradas as taxas de juros no país, atualmente entre 5,25% e 5,50%, pela sexta reunião consecutiva.

Anteriormente à divulgação, as bolsas internacionais e os futuros de Wall Street operavam no negativo. Por aqui, o Ibovespa (IBOV) também sentia os efeitos da ansiedade causada pelo futuro da política monetária exterior, com o índice operando em queda.

Depois, em resposta à ata, o dólar ante o real avançou e chegou a R$ 5,15. O Ibovespa também reagiu, caindo 1,38% e chegando aos 125,650.03 pontos.

No documento divulgado pelo Fed, os participantes reiteraram a necessidade de esperar por mais dados que reforcem que a inflação está caminhando para a meta de 2%, afirmando que esperam que ela alcance o objetivo ainda no médio prazo.

Entretanto, eles afirmam que os dados recentes não aumentaram a confiança e que o processo pode demorar mais do que o previsto.

Fed ainda precisa de mais dados

Outro ponto importante é que, apesar da totalidade dos membros ter concordado com a manutenção dos juros, vários mencionaram a necessidade de restringir ainda mais a política monetária, casos riscos à inflação aumentem e tornem a medida necessária.

A ata destacou também a diminuição no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano, enquanto o mercado de trabalho ainda se mostra aquecido.

O ambiente geopolítico também foi citado, com a perspectiva de que eventos no exterior que possam gerar aumentos nos preços das commodities.

Após a divulgação do documento, o CME FedWatch Tool, ferramenta que analisa as probabilidades de cortes nas taxas de juros do país, aponta setembro como a data favorita, concentrando quase 60% de chance de reduções.

Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, afirma que os argumentos da política econômica baseada em dados foram esticados, deixando em aberto ajustes tanto para o lado do afrouxamento quanto para o da restrição.

“A meu ver, o resumo de onde os participantes do Fomc (comitê de política monetária) se encontram no momento está na afirmação de que estão dispostos a manter o atual nível de aperto por mais tempo se não houver evidências de progresso na direção do atingimento da meta, mas igualmente consideram afrouxar no evento de um enfraquecimento inesperado nas condições do mercado de trabalho”, afirma Danilo.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
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