Por que o BB Investimentos (e até americanos) estão de olho nesses dois bancos
Com 2026 batendo à porta, analistas correm para indicar quais ações devem se destacar no próximo ano. Entre os bancos, a seleção parece mais complicada. Isso porque o setor teve um ano excelente, com a maioria dos papéis disparando mais de 60%.
Nos relatórios, dois nomes aparecem um passo à frente: Itaú (ITUB4) e Nubank (NUBR33). O primeiro renovou recordes históricos ao entregar números consistentes. O segundo provou por que merece o título de ação mais valiosa do Brasil, com cifras cada vez maiores.
Para o BB Investimentos, o Itaú entrega resultados de forma consistente, tendo sustentado um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) recorrente de 23,3% e lucro líquido de R$ 11,9 bilhões.
Tudo isso em um ambiente de Selic a 15%. Com o início do ciclo de cortes de juros, são esperados novos gatilhos para o bancão.
“Nesse contexto, a robustez operacional do Itaú, aliada à disciplina na gestão de riscos, posiciona o banco para continuar capturando ganhos de escala, mesmo em um ambiente ainda marcado por seletividade”, escrevem os analistas.
No caso do Nubank, o BB avalia que o avanço da digitalização e a maior demanda por produtos financeiros acessíveis devem reforçar a vantagem competitiva da fintech, sobretudo em originação prudente e foco em produtos de menor risco.
Americanos de olho
E não são apenas os investidores brasileiros que acompanham a dupla. Os americanos também observam de perto Itaú e Nubank. Em relatório do BTG Pactual, analistas que participaram de rodadas de conversas nos Estados Unidos afirmam que os dois bancos foram os nomes mais citados.
Segundo eles, dado o valor de mercado, a liquidez das ações e o modelo de negócios considerado “disruptivo”, o Nubank sempre foi um tema relevante nos roadshows.
“Mas, desde que entrou no índice, com um peso muito elevado, todos os investidores que olham para América Latina e mercados emergentes foram, de alguma forma, obrigados a ter uma opinião sobre o papel — ou, ao menos, ficar neutros”.
Os analistas também observam que os investidores locais estão claramente mais positivos hoje em relação à tese de investimento do que o investidor estrangeiro médio, o que representa uma mudança em relação ao passado.
“Evidentemente, vimos muitos acionistas do Nu, mas o feedback geral foi misto, com a maioria tentando discutir onde a tese poderia dar errado versus onde poderia dar muito certo — algo bem diferente de anos anteriores”.
Ainda assim, destacam que o nível de entendimento da história é elevado e que muitos investidores estavam realizando uma “due diligence” aprofundada para, eventualmente, adicionar o papel às carteiras.
“Preocupações com uma possível piora na qualidade dos ativos no segmento de baixa renda — especialmente diante de comentários de bancos incumbentes sobre a elevada alavancagem do brasileiro médio — foram debatidas em praticamente todos os encontros”.