Por que o Ibovespa despenca nesta quarta e corre o risco de perder os 100 mil pontos?

O Ibovespa cai forte na sessão desta quarta-feira (5) com riscos reais de perder (de novo) a marca psicológica dos 100 mil pontos. Por volta das 13h29, o índice exibia desvalorização de 1,24%, a 100.612 pontos. A queda ocorre em meio ao cenário externo difícil. Em Wall Street:
- Nasdaq despencava 1,23%;
- S&P recuava 0,36%;
Segundo o Relatório ADP, os Estados Unidos criaram 145 mil vagas no setor privado em março. O resultado ficou abaixo das projeções de abertura de 200 mil vagas.
Esses números se somam aos dados das vagas de emprego nos EUA em fevereiro, que caíram para o nível mais baixo em quase dois anos, uma indicação de que o mercado de trabalho está em uma desaceleração, enquanto os pedidos às fábricas tiveram uma baixa pelo segundo mês consecutivo.
“O Ibovespa acompanha o dia ruim lá fora, inclusive para as commodities. Petrobras (PETR4) acaba sendo destaque negativo. Peso-pesado e puxa tudo para baixo. Cíclicas domesticas não ajudam por receio de recessão”, argumenta o analista da Empiricus Research, Matheus Spiess.
Os papéis da petroleira caiam. Além do ambiente ruim, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que a Petrobras deverá alterar a sua política de preços, deixando a atual paridade de importação para adotar uma fórmula que leve em consideração os custos nacionais de produção.
Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, ressalta que, curiosamente, curva de juros e dólar estão caindo, o que pode sinalizar que estamos tendo ingresso de recursos estrangeiros.
“Pode ser um movimento novamente brasileiro institucional local e o investidor de varejo vendendo, enquanto os “gringos” compram”, coloca.
“Também vale dizer que a bolsa havia subido um pouco por esses dias, porém, a tendência continua sendo de baixa, então, provavelmente o dia de hoje está sendo de mais realização das poucas altas que ocorreram mais recentes”, completa.
Perda dos 100 mil pontos
A equipe gráfica do Itaú BBA diz que o Ibovespa segue em tendência de baixa e, para esse começo da semana, será importante observar os dois pontos mais próximos.
Para ter uma alta mais consistente, o índice precisaria ultrapassar os 104.100 pontos, “patamar importante para sair da tendência de baixa e diminuir a aversão a risco”.
“O segundo ponto é o suporte em 100.000 pontos. Se perdido, deverá apontar para baixo em direção aos suportes em 97.000 e 95.200/93.300 pontos”, coloca.
Com informações da Reuters