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Por que o Magazine Luiza (MGLU3) só cai na bolsa, apesar do lucro? Entenda o movimento da ação (e saiba se é hora de comprar)

10 maio 2024, 16:46 - atualizado em 10 maio 2024, 17:21

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O Magazine Luiza (MGLU3) reportou os seus resultados que, apesar de baterem as expectativas de longe, não conseguiram convencer investidores a comprarem o papel (pelo menos no curto prazo).

A ação, que iniciou o dia em alta, desaba 5,39% nesta sessão. Mais cedo, o papel chegou a cair 7%, a R$ 1,58, aos patamares de novembro de 2023.

De maneira geral, os analistas gostaram do que viram. Segundo Philip Soares, que participou do Giro do Mercado nesta sexta-feira (assista ao vídeo acima) e analista-chefe da Órama Investimentos, os números foram bons, com a companhia privilegiando a rentabilidade em prol do crescer a qualquer custo visto durante a pandemia.

Ele destaca que a empresa cresceu receitas em um ambiente desafiador sem, com isso, sacrificar as margens, o que ocasionou um bom resultado.

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Os analistas da XP, Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, classificam os números como sólidos, com um desempenho de receita líquida ainda moderado, mas melhorando a rentabilidade em ajustes comerciais e maior penetração de serviços.

“A rentabilidade foi o principal destaque, com a margem bruta subindo 0,26 ponto percentual, com maior penetração de serviços (+0,50p.p) e ajustes comerciais nos preços das mercadorias (+2,60p.p), levando o Ebitda ajustado a aumentar 2,50 pontos percentuais à medida que a estrutura de despesas com vendas, gerais e administrativa mais pesada do 3P continua a impedir a alavancagem operacional”, destacam.

Já o Bank of America coloca que embora os resultados operacionais tenham ficado amplamente em linha com as expectativas, o lucro líquido de R$ 27,9 milhões superou o consenso de R$ 6,7 milhões sobre um crédito fiscal diferido de R$ 25,3 milhões.

Para o Bradesco BBI, o que chamou atenção no período foram margens e a geração de caixa, que melhoraram bastante e estavam em boa forma de modo geral no trimestre.

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“Apesar da base de comparação bastante fraca do ano passado, o Magalu conseguiu reduzir um EBT negativo em R$ 595 milhões no comparativo anual para -R$ 21 milhões no trimestre, à medida que sua margem Ebitda ajustada continua a melhorar sequencialmente (de 4,9% para 7,4%) e despesas financeiras líquidas diminuem (correspondendo a aproximadamente 4% das vendas agora versus 7,0% um ano atrás)”, discorrem.

Mais importante ainda, destacam, a geração de caixa do quarto trimestre para o primeiro foi positiva pela primeira vez desde o ciclo 2018 e 2019 em R$ 293 milhões. Além disso, a companhia descontou menos recebíveis no trimestre (42% do total, vs. 48% no 4T23 e 57% no 1T23).

O BTG Pactual destaca que a companhia relatou lucro líquido em meio a um cenário difícil para o comércio eletrônico, parcialmente compensado por uma tendência de melhora em sua operação de lojas físicas.

O banco avalia que a rentabilidade do Magazine Luiza foi o destaque, devido às maiores receitas de serviços e uma abordagem mais racional.

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Por que o Magalu desaba na bolsa?

Soares, da Órama, relembra que o papel do Magazine passou por diferentes sentimentos nos últimos meses, oscilando entre cenário otimistas e pessimistas. Agora, o mercado volta a penalizar o papel.

“Temos a questão técnica em cima do papel. Ou seja, tivemos uma melhora da expectativa, essa expectativa foi cumprida. Os investidores que tem o perfil mais especulativo estão fazendo a liquidação das suas posições. Uma realização que foi o ganho auferido ao longo do mês”, explica.

Entre 30 de abril e 9 de maio, a ação disparou 20%.

Já o BTG recorda que a queda do papel foi decorrente de:

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  • crescimento mais lento do GMV (volume bruto de mercadoria) online dada a sua exposição a mercados altamente cíclicos de categorias como eletrônicos e eletrodomésticos, implicando margens menores;
  • impacto das altas taxas de juros nos resultados da Luizacred;
  • um alto custo de financiamento para desconto de contas a receber atingindo os resultados financeiros;

O pior passou?

O BTG diz que sim. Segundo o banco, o MGLU deverá beneficiar de melhores condições macro com efeitos encorajadores no primeiro trimestre, uma abordagem mais racional, e sua multicanalidade de modelo de negócios para alavancar a operação do marketplace, enquanto a rentabilidade e o FCF (fluxo de caixa) devem ser destaques positivos nos próximos trimestres. A recomendação do banco é de compra.

Já a Genial vê o papel negociado a 28,0x P/E (preço sobre lucro) em 2024 e 15,0x P/E de 2025. “Não é um valuation “barato, mas pode trazer um bom potencial de risco e retorno à carteira (em doses comedidas)”, coloca.

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A corretora elevou a recomendação de neutra para compra com preço-alvo de R$ 2,60, potencial de alta de 55% ante o fechamento da última quinta-feira.

O BB Investimentos lembra que as ações MGLU3 caíram mais de 20% desde o início do ano, seguindo o mesmo movimento que outros papéis mais cíclicos do Ibovespa, que foram afetados pela abertura da curva de juros doméstica.

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“Entretanto, em nossa opinião, entendemos que a companhia tem apresentado bons números e uma estratégia consistente com foco no aumento de lucratividade e margens, não apenas de vendas. Nesse contexto, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2024 em R$ 3,68 e a recomendação de compra”, discorre.

Já o Bradesco elogia, mas não muda a recomendação. Segundo a corretora, a consistência continua sendo fundamental e todos os olhos estarão agora voltados para a rapidez com que o GMV/receita do Magalu pode se recuperar, enquanto a melhoria da margem EBITDA, combinada com o declínio das despesas financeiras líquidas, deverá descomprimir gradualmente o seu EBT.

“No entanto, negociando a 24,5x o múltiplo P/L estimado para 2025, ainda preferimos manter nosso preço-alvo de R$ 3,00 e uma recomendação Neutra para Magalu por motivos de valuation”, afirmam.

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Phil Soares, da Órama, vai pelo mesmo caminho.

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“Não temos recomendação no papel. Observamos o cenário macro de bastante volatilidade. A questão fiscal entrou em pauta novamente, a questão de juros ainda é muito incerto. As taxas de juros nos Estado Unidos também. Em resumo, há melhores opções na bolsa para se posicionar”, discorre.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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