Mercados

Por que o rali do petróleo pode ter dado adeus

03 out 2023, 12:40 - atualizado em 03 out 2023, 12:40
Petróleo
Rali do petróleo perdeu fôlego nos últimos dias, com pressão do dólar e dos títulos americanos (Imagem: REUTERS/Aizhu Chen)

Depois de quase ter alcançado os US$ 100 por barril na semana passada, o petróleo tipo Brent voltou a regredir para a marca dos US$ 90. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Desde junho, a commodity vem renovando altas, em um rali sustentado pela narrativa de restrições na oferta, provocadas por países exportadores de petróleo.

Para Norbert Rücker, economista da Julius Baer, a percepção de que há uma quantidade substancialmente menor de petróleo disponível no mercado deve ser questionada, já que está mais relacionada a um aspecto “político”.

“As nações exportadoras de petróleo alertam para um aperto na oferta devido a um aumento no consumo, e mesmo assim, o grupo permanece fiel aos cortes de produção [ao invés de aumentá-la], alegando ‘medidas de precaução’. Claro, o Ocidente e os mercados emergentes que consomem a commodity sabem que isso nada mais é do que pura política de petróleo”, avalia o economista.

Embora os países da Opep+ permaneçam estrangulando a oferta, dados vindos dos EUA e da Europa e medidas indiretas da China sugerem que os estoques de petróleo nos principais centros de consumo da commodity permanecem em níveis suficientes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No caso do mercado chinês, que é o principal importador da commodity no mundo, o economista enxerga uma tendência oposta: “O vão entre a produção de petróleo e as imp0rtações para refinarias sugere um aumento nos estoques domésticos.”

A razão da lateralidade dos estoques em 2023 se dá, fundamentalmente, por conta da estagnação no consumo, preso a um ambiente macroeconômico desfavorável. A mobilização para a transição energética e o desbloqueio da produção de países sancionados, como Venezuela e Irã, também atuam na margem para a manutenção da oferta em níveis estáveis.

“Os preços do mercado de petróleo parecem descolados dos fundamentos e o humor está excessivamente otimista”, diz Norbert Rücker.

  • AS 10 MELHORES AÇÕES PARA INVESTIR EM OUTUBRO: O analista-chefe João Piccioni revela as oportunidades da carteira da Empiricus Research, que deu tchau para a B3 (B3SA3) e incluiu um novo papel com grande potencial. É só clicar aqui e assistir ao Giro do Mercado!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Disparada do dólar é novo obstáculo para o petróleo

Há ainda outro fator que tem atuado contrariamente à elevação dos preços do petróleo: o fortalecimento do dólar americano.

A divisa pega carona no descontrole do mercado de títulos dos Estados Unidos, com mais e mais investidores internacionais buscando comprar os ativos soberanos, com as principais taxas de retorno transitando em máximas não vistas desde os preâmbulos da crise financeira global.

É o caso das T-notes de 10 anos de maturação. Nesta terça-feira (3), o ativo está com rendimento de 4,727%, o maior desde 2007.

A disparada dos rendimentos das Treasuries é alimentada pela perspectiva de que o Federal Reserve manterá as taxas de juros mais elevadas por mais tempo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesse contexto, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante competidores fortes como euro e iene, alcançou nesta terça-feira (3) os 107,13 pontos. Trata-se da maior marca desde novembro de 2022.

Diante do pressão cambial, o Brent e o WTI voltaram a realizar ganhos. Ao longo das últimas três sessões, as duas principais referências de petróleo perderam cerca de 6%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar